terça-feira, 30 de julho de 2013

Conversa antiga

O encontro não tem idade, não tem cor, raça, tempo certo. 
O encontro não tem hora, nem maneira correta, não tem cálculo, não tem jogo. 
Marca-se com fogo no couro do destino, é apenas fato, 
é apenas o encontro, nunca pouco, nunca pela metade

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Antes do fim

E fecho meus olhos
Numa rajada de vento frio
Como um beijo doce do universo
Despedaçando-me em milhares de pedaços

Qualquer um poderia ver o que sinto
Quem poderia disfarçar algo assim?
Correndo de mim mesmo enquanto esbarro em espelhos
Quão colorido meu céu consegue ser?

Pegue minha mão
Esqueça os seus medos
Vamos lá, vamos lá, vamos lá
Antes que eu não esteja mais em lugar algum...

terça-feira, 16 de julho de 2013

Vagalume

Todas essas mentiras que ouvimos
Todas essas mentiras que contamos a nós mesmos
Aonde elas vão nos levar?
Esse lugar valerá a pena?

Eu preciso de verdades
Preciso ser verdadeiro
Eu realmente me importo
Eu me importo, eu me importo, eu me importo.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Apagando

Por que não arder de paixão?

Cigarros acesos e seu isqueiro colorido.
Você gosta de brincar com fogo, baby.
Talvez devesse lembrar que é feita de carne, e eu de gelo.
Posso ter derretido, mas você pode acabar se queimando.

Sem cigarros, água gelada.
Coragem e erros, cometi cometendo.
Quem tem alma não tem calma...
O fogo me fascina, mas em mim evapora.

Faz de conta que é de verdade.
Faz de conta que fará acontecer.
A quem você queria enganar?
Nem raiva, nem culpa, apenas vazio.

Apenas vazio, clichê que indica: para febre, 40 gotas de dipirona

terça-feira, 2 de julho de 2013

Do verbo ser; sendo, sou.

Eu queria correr
Correr o mais rápido que conseguisse
Correr o mais longe possível.
Correr até sentir o pé doer, os joelhos, os calcanhares
Até o fôlego se esvair junto com a energia, junto com as vontades.

Parado eu estou sempre correndo
Com a metodologia, com a antropologia...
Tudo está acontecendo, tudo está em movimento
Tudo ao meu redor corre, corre junto com meus pensamentos rápidos, pesados.
E o meu eu de verdade fica apenas aqui, parado, pequeno, assustado.

às vezes até parece que eu não dou a minima
muita gente acredita que eu simplesmente não me importo
Alguns só conseguem ver frieza
um eterno cálculo mental de quem não sente nada.
e nem sempre estão enganados, costumo ser o reflexo daquilo que você menos quer.

Tão maduro, mas tão inseguro.
Tão seguro, mas tão incerto e desproporcional.
Tão tranquilo, mas tão áspero e distante.
Tão esperto, mas tão, tão bobinho.
Tão...

Constantemente sendo um, mas sempre sendo outro.
Uma pedra devastadora ou uma pedra devastada.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Evidência

Sentimentos também nos tornam grandes, invencíveis e corajosos.
Enfrentamos caras feias e xingamentos apenas para segurar a mão de quem se gosta.
Atravessamos toda uma cidade por um único abraço.
E até abandonamos rotinas para comer pipoca no meio da tarde.

Sentir faz você se perder, assim como você também se encontra em cada esquina.
Todas essas suas memórias, momentos e alegrias guardadas em uma caixa vermelha dentro do armário.
Talvez valha tudo a pena. Talvez o medo seja apenas o termômetro estupido que possuímos pela obsessão pelo eterno, num mundo em que tudo é apenas finito.

E mesmo com toda essa grandiosidade, com essa quantidade de bônus
Eu fico parado com medo
Do ônus, da dor, do não e até do sim.
Medo de me perder, medo de simplesmente perder...
Medo de provar do que é bom e não se encontra no supermercado.
Medo até de respirar

Mas por mais que exista medo, eu sinto
Sinto com todas as forças
Me perco, me encontro, enfrento cara feia, atravesso cidades e abandono rotinas
Ou não faço nada, não digo nada e continuo apenas sentindo, sozinho, com medo.

A última olhada para trás

 Eu ainda amo  Ainda amo e amo ainda Há muito tempo Há muitos anos Há muitas vidas  Eu sinto isso em mim No estômago, no peito, nos olhos No...