Não tive medo de te olhar nos olhos
Em verdade, eu bem sabia que poderia fazê-lo o quanto quisesse
Tu não é do tipo que fica assustado, disfarça bem teus medos
Eles não transparecem no olhar
Inclusive, o olhar é tua coisa mais forte
Dissipa ao exterior toda a força da terra dentro de ti
Tua empolgação comedida consegue contagiar
E te entrega nos mínimos detalhes, na expressão facial que age em conjunto com as suaves inflexões de sobrancelhas e lábios
Lábios róseos como flor, delineados e macios, em palpite
Que belo és esse teu rosto comprido e pálido
Que belo és esse teu interior
que emerge como as ondas de um mar violento a cada instante em que tua controlada mente expõe uma ideia ou ideal
Diante de ti sou quase um manual de instrução
Que tocas com as mãos quentes
E lê com os olhos dóceis de quem não é doce
Defino-te como intensidade
a de uma tempestade de verão
Que lava e esfria tudo que está fora
Mas acalenta e aquece por dentro
Sobre ti eu escreveria mil palavras
das tuas palavras, dos teus olhos e olhares, dos teus silêncio
dos teus medos, coragens, das tuas batalhas, resistências
Sobre ti escreveria mil palavras
como um deleite pessoal meu
uma forma de transformar qualquer coisa que exista em mim
que por experiência se faz desnecessária
E assim és tu
a coisa criatura humana que me faz transbordar de mim, para mim
Que não se ata ou enlaça, nem dá nó, mas deixa marca.
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Olhos abertos
Acordei um dia e dentro de mim havia um belo homem
Daqueles de olhar intenso e voz firme e suave na medida
Um homem que tem coragem de dizer quem é e assumir o que não sabe sobre si mesmo
Daqueles homens que sabem o quanto valem e conhecem assumidamente seus defeitos
Levantei da cama e por dentro de cada parte do meu corpo havia um outro tipo de homem
Um homem que nunca havia habitado aquele lugar antes
Daqueles homens que enxergam seus grandes medos e não param por causa deles
Daqueles que dizem o que sente
Acordei e vi um homem que fala assume seus erros e pede perdão
Daquele tipo de homem que não foge do que precisa enfrentar
Saí da cama e era um homem capaz de fazer qualquer coisa
De ser gentil com qualquer tipo de criatura
De impor aquilo de mais nobre que lhe ocupasse a mente
Acordei homem, como sempre necessitei acordar.
Daqueles de olhar intenso e voz firme e suave na medida
Um homem que tem coragem de dizer quem é e assumir o que não sabe sobre si mesmo
Daqueles homens que sabem o quanto valem e conhecem assumidamente seus defeitos
Levantei da cama e por dentro de cada parte do meu corpo havia um outro tipo de homem
Um homem que nunca havia habitado aquele lugar antes
Daqueles homens que enxergam seus grandes medos e não param por causa deles
Daqueles que dizem o que sente
Acordei e vi um homem que fala assume seus erros e pede perdão
Daquele tipo de homem que não foge do que precisa enfrentar
Saí da cama e era um homem capaz de fazer qualquer coisa
De ser gentil com qualquer tipo de criatura
De impor aquilo de mais nobre que lhe ocupasse a mente
Acordei homem, como sempre necessitei acordar.
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Impotente
Cheio de emoções da raiz da coluna até os olhos
Peito cheio de água quente e voraz...
Eu não posso salvar ninguém
Não consego guardar alguém no bolso e proteger de tudo e de todos
Essa é a lei da vida.
Penso no menino sozinho na praia
No homem sozinho cuidando dos carros e com saudade de casa
Na Akira solta e sem dono em pleno Campeche
No garoto tão cheio de fome que não consegue estudar
Tento engolir sem mastigar tudo o que não posso fazer.
Tento correr em direção as minhas promessas, mas bordas são muito espessas
Bato contra as ondas do mar e sequer te tiro da água
Não cabe a mim, não é meu papel
Mas meu coração e minha alma insistem em não aceitar minhas fraquezas
Talvez agora entenda você
talvez agora entenda a mim mesmo.
Peito cheio de água quente e voraz...
Eu não posso salvar ninguém
Não consego guardar alguém no bolso e proteger de tudo e de todos
Essa é a lei da vida.
Penso no menino sozinho na praia
No homem sozinho cuidando dos carros e com saudade de casa
Na Akira solta e sem dono em pleno Campeche
No garoto tão cheio de fome que não consegue estudar
Tento engolir sem mastigar tudo o que não posso fazer.
Tento correr em direção as minhas promessas, mas bordas são muito espessas
Bato contra as ondas do mar e sequer te tiro da água
Não cabe a mim, não é meu papel
Mas meu coração e minha alma insistem em não aceitar minhas fraquezas
Talvez agora entenda você
talvez agora entenda a mim mesmo.
terça-feira, 15 de novembro de 2016
F
Quem sou eu para você, querido?
Quem sou eu?
Você irá contar histórias sobre mim por aí?
Você lembra de mim ao dormir?
Quem sou eu para você, querido?
Você recebeu minha carta?
Você ouviu a música que eu fiz para você?
Quem sou eu?
Nesse mundo cinza, que cor eu represento?
Para você, que cor eu represento?
Que tradução eu poderia ser?
Nesse mundo cor cinza.
Quem sou eu?
Você irá contar histórias sobre mim por aí?
Você lembra de mim ao dormir?
Quem sou eu para você, querido?
Você recebeu minha carta?
Você ouviu a música que eu fiz para você?
Quem sou eu?
Nesse mundo cinza, que cor eu represento?
Para você, que cor eu represento?
Que tradução eu poderia ser?
Nesse mundo cor cinza.
domingo, 13 de novembro de 2016
Meio Louco
As vezes dá uma agonia ácida, meio quente
Um aperto nesse peito que chora, mas com olhos secos bem acima
Como um vendaval que não se move por não encontrar espaço
Como uma explosão sem vestígios
E na correria do sentir, penso
Que nem tudo é tão apressado
E que, mesmo que fosse, agora não é o último dia ou o último tempo
Por vezes os sentidos nos pregam uma peça
Aquilo que a gente vê ou que passa por perto nos engana
E eu sempre nesse verbo em terceira pessoa
Como se eu pudesse saber
Mas então respiro
Deixo ficar e deixo ir
É só mais uma vez, nem primeira, nem última.
Um aperto nesse peito que chora, mas com olhos secos bem acima
Como um vendaval que não se move por não encontrar espaço
Como uma explosão sem vestígios
E na correria do sentir, penso
Que nem tudo é tão apressado
E que, mesmo que fosse, agora não é o último dia ou o último tempo
Por vezes os sentidos nos pregam uma peça
Aquilo que a gente vê ou que passa por perto nos engana
E eu sempre nesse verbo em terceira pessoa
Como se eu pudesse saber
Mas então respiro
Deixo ficar e deixo ir
É só mais uma vez, nem primeira, nem última.
domingo, 6 de novembro de 2016
O Dia que Passa
Me pergunto o quanto desses anos foi unilateral
O quanto desses anos fui enganado por tudo isso que passou
O quanto minha intuição estava certa
Quanto e quando eu vi apenas o que queria ver
Percebo os raios de sol que invadem a sala através da cortina fina e clara
E o vento do ventilador como um sopro de alivio morno e insuficiente
Escorre em mim o que há por dentro
E me o pergunto o quanto de todos esses anos foi unilateral
Se foi, se não foi
Que diferença isso faria
Me pergunto apenas para escrever
E não dizer nada
Me pergunto apenas para lembrar a mim mesmo de que nem tudo é assim
Como eu entendo, como eu digo ao espelho
Daí se torna real a ideia de que nunca saberei
Como o segredo do universo, como o segredo da vida, como o segredo dos Deuses.
O quanto desses anos fui enganado por tudo isso que passou
O quanto minha intuição estava certa
Quanto e quando eu vi apenas o que queria ver
Percebo os raios de sol que invadem a sala através da cortina fina e clara
E o vento do ventilador como um sopro de alivio morno e insuficiente
Escorre em mim o que há por dentro
E me o pergunto o quanto de todos esses anos foi unilateral
Se foi, se não foi
Que diferença isso faria
Me pergunto apenas para escrever
E não dizer nada
Me pergunto apenas para lembrar a mim mesmo de que nem tudo é assim
Como eu entendo, como eu digo ao espelho
Daí se torna real a ideia de que nunca saberei
Como o segredo do universo, como o segredo da vida, como o segredo dos Deuses.
Gritos e Vidros Intactos
Certas épocas me percebo em círculos
Como um bicho que persegue o próprio rabo
Ou preso em padrões que repetem a mesma forma
De novo e de novo e de novo
Rolo timelines infinitas vendo as mesmas coisas
Não me surpreendendo com nada daquilo
Meus silêncios me cercam, como se fosse cego
Mas algo dentro de mim grita
Não seja genérico
Não se deixe anestesiar
Não caia no mesmo buraco
Run, rabbit, run
Olhe no fundo dos olhos, Não desvie o olhar, Diga o que sente, Se expresse!
E volto aos silêncios
Seus e meus, de todos nós
Percebo-os como facas amoladas que ferem a espera
Me perco nos pensamentos e nos círculos, nas timelines e nas minhas próprias palavras
Assim a noite chega tardia, quente e sufocante
Mas então fico mais próximo de um novo dia
O que realmente importa?
Como um bicho que persegue o próprio rabo
Ou preso em padrões que repetem a mesma forma
De novo e de novo e de novo
Rolo timelines infinitas vendo as mesmas coisas
Não me surpreendendo com nada daquilo
Meus silêncios me cercam, como se fosse cego
Mas algo dentro de mim grita
Não seja genérico
Não se deixe anestesiar
Não caia no mesmo buraco
Run, rabbit, run
Olhe no fundo dos olhos, Não desvie o olhar, Diga o que sente, Se expresse!
E volto aos silêncios
Seus e meus, de todos nós
Percebo-os como facas amoladas que ferem a espera
Me perco nos pensamentos e nos círculos, nas timelines e nas minhas próprias palavras
Assim a noite chega tardia, quente e sufocante
Mas então fico mais próximo de um novo dia
O que realmente importa?
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
O choro
Ele chorou nos meus braços
No meio do abraço, ele chorou
Como uma criança com medo
Como uma bomba que explode tudo o que o peito não consegue mais conter.
Não poderia amá-lo, pois já o amava
Não poderia me apaixonar, pois de paixão meu peito já estava cheio.
Ele chorou no meio do abraço e eu entendi todas as coisas
Ele contou todos os segredos
E finalmente enxerguei os meus.
No meio da noite, o choro cortou o abraço
E depois disso só restou uma única necessidade: aquele abraço.
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