quinta-feira, 10 de maio de 2012

Minha antropologia

Eu sou arisco
Selvagem
Animal indomável, animal!
Eu ataco
Rosno
Arranho
E faço doer.
Mas não sou mau
Sou medíocre...
Fracote, frangote.

Tantas vezes me condenei a dor de me culpar
Me julguei após me subjugar.
Que culpa eu tenho de não saber qual caminho quero seguir?
Que culpa tenho eu do atraso da vida em me mostrar o que eu realmente quero?

Alucinando
Alucinado
Eu quero todas as coisas do mundo
Quero abraçar, desbravar, me perder, deixar pra lá.

Na insustentável leveza do ser, de ser, fujo de encontrar o peso.
Ir ou estar?

Parece tudo complicado, mas são coisas simples
Como o que arde cura, o que aperta segura
ou até o que resiste persiste.

Talvez, no âmago da minha verdade, eu só prefira correr pelado numa noite de chuva
Ao invés de ficar em casa, seguro e com vontade de chorar de dor, de amor.
Talvez, tristemente posso dizer, eu tenha muito medo de sentir o que sempre me feriu.

Minha covardia prefere sonhar a viver,
Mentir a sentir,
Não escolher a ter.

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