domingo, 26 de julho de 2015

Sou do tempo que nos falávamos por telefone deitados numa rede

Pelo quarto limpo e arrumado eu podia imaginar minha cueca azul
O cheiro de ovomaltine
E os farelos de ninho que não existiram ali.
A música parecia um jazz, ou um soul.
Mas nada daquilo extravassou o desejo espaço-temporal.

Naqueles olhos que se encontravam
E no sorriso que não dizia
Meia dúzias de coisas que poderiam ser...
E não foram.
E tudo se transformou em palavras ditas, destruindo-se

Destruiu-se o encanto
Assim como as vontades
O gozo antecipado também não existiu
Mas se tornou tão explicito.
Não foi

Não
Foi

terça-feira, 21 de julho de 2015

E fique pelo ar

Acho que eu esperei por isso toda a minha vida
O dia que iria me sentir pleno, feliz, realizado
Sem precisar de drogas, parceiros, doces ou antidepressivos.
É algo forte de se dizer, mas tudo que esperei da vida
Não era tudo o que eu realmente precisava para simplesmente ser.
E acabei sendo... por caminhos tortuosos e sinuosos e complexos.
Mas isso é viver, as vezes simples, as vezes complicado e as vezes...
Sei que a plenitude do agora não tem a ver com nenhuma do passado ou futuro.
Apenas vivo o hoje, esse tempo presente que me foi dado.
E isso faz de tudo mágico, incrível e belo.
Que eu aprenda a enxergar o mundo sobre essa égide.
Que as trocas se fortaleçam e a vida flua...
Para onde tiver que fluir.
E pelo ar... que fique... uma, ou duas, sementinha de amor.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Rapidinho como o dia

Ah deixa a coisa correr
Deixa a coisa fluir
Se o riso acabou, pra que o rancor?
A vida é assim mesmo, uma hora a noite chega
Em outra o sol surge no horizonte.
Se você pega pra valer, então segura até onde respira.
As vezes é preciso mais fôlego
As vezes é preciso apenas deixar de respirar.
Mergulha e vai.
Engole o sal e não fraqueja.
E se fraquejar, ué... depois passa. 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Venha o vento que houver

Atrasei meus relógios
Não queria ver o tempo passar.
Se tornou pesado perceber o tempo que perdi
Perdi por necessidade, por precisar aprender, entender como a vida funciona
Como eu mesmo funciono.
E tanto tempo passou e nenhuma certeza certa chegou.
Mas descobri as coisas importantes
Entendi as ilusões.
Desvencilhei aquilo tudo sobre a carne
Na yoga ou no teatro, tudo é prazer e dor, suor e gozo.
Hoje eu ainda me escondo e fujo às vezes, daquilo que não quero dizer
Do que não quero revelar
Mas na hora da batalha, meu amigo, lá estou eu
De pé, preparado, mesmo que não saiba qual o golpe certo a desferir.

A última olhada para trás

 Eu ainda amo  Ainda amo e amo ainda Há muito tempo Há muitos anos Há muitas vidas  Eu sinto isso em mim No estômago, no peito, nos olhos No...