sexta-feira, 15 de abril de 2016

Inserido

Meu corpo lavado pela água que veio do céu
Queria ver o mar agora
Lembro da história que um dia me contaram
"corremos da chuva pela areia da praia, a água vinha atrás de nós"
Tantos anos e tanto tempo
Tudo muda, mas tem coisa que nunca muda, não é?

Que venha o vento e o que mais que tiver de vir...

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Dual

sou pesado, meu infinito particular é da imensidão de universos
sou leve, como pluma que segue no fluxo do vento
pesado, como o que te assusta deitado na cama
leve, como quem navega deslizando sobre a água do mar

salgado, com lágrimas, palavras e suor
doce, como o rio, o sorriso, as melodias que canto, que ouço
amargo, como o trauma, como o que me assusta, como equívocos

detalhista, menino malvado, cuidado!

pesado, como sal que queima a língua, como a pele morena banhada de sol
leve, como o olhar de moleque, ou a pele morena no brilho da lua
amargo, como o fluido do corpo e loucura da mente

triangular, piramidal, menino, moleque, homem feito
criança perdida, boba e mimada
expirando, aspirado
ou só inspirado
meditado, esmagado... por si

Ressecado

Ás vezes, assim, de repente
meu peito se desespera
como se águas me invadissem em uma correnteza forte
fico perdido, quase incontrolável
é ele, aquele de nome pequeno, quatro letras, não escrevo mais

mas eu permaneço em mim
firme, ou quase isso
busco nos lugares mais reconditos das minhas lembranças
e repito: sou mais que isso, vou além disso
fui, sou e serei, ainda, amanhã, depois que a lua se for

não mentiria
sutilmente penso
esse batom não deveria estar na minha boca ou no meu coração
mas me dou conta que ele simplesmente está
faz parte de mim, permanece em mim 
serei o mesmo depois que a lua retornar, cheia, nova
minguante, eu, minguando, sonhando, vivendo

terça-feira, 5 de abril de 2016

A carta

Li
como uma criança que descobre um mundo novo em um livro velho
ou o pirata aventureiro que encontra uma arca cheia de tesouros

Chorei
como uma criança com medo de um sonho ruim
como um pirata abandonado pelo verdadeiro amor

Reli, toquei, encostei junto ao peito
minhas lágrimas mancharam o papel

Senti
a pureza, a verdade, o poema
Reparei em cada parte
Busquei o quadro, me desmanchei

!Quis
correr até você
mas cada coisa tem seu tempo
nem sempre sentir é tudo o que precisamos.

A última olhada para trás

 Eu ainda amo  Ainda amo e amo ainda Há muito tempo Há muitos anos Há muitas vidas  Eu sinto isso em mim No estômago, no peito, nos olhos No...