quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Mais uma de amor

Olha só para você com seus amores inúteis, suas ilusões tão bem definidas, explicitadas, gritadas aos quatro ventos. 
Sua aparenciazinha de quem quer ser tão bonitinho e mediocrizinho em gênero, número e grau. 
Ah, essa tua mentira, quem vem junto com a tua pele e teu cheiro, teus beijos quentes que mentem como tuas palavras. 
Esse teu andar, teu aparecer por aí, com esses olhos de Capitu forçosa de ingenuidade. 
Se esgueira como uma cobra que dá o bote e se transforma em cordeiro ferido para melhor passar.
Essa tua cara de pau lustrado, tão lisinha, tão brilhante como teu sorriso ignóbil. 
Tudo isso que é teu, que é de sempre, que é de muito, de exagerado, de passado do tempo, 
tudo isso que me adoece, me faz doer a barriga, me ressente. 
Sim, ressentido eu por conseguir ver tanto, ver tudo. 

Queria ser cego, queria ser surdo.
Queria não entender essa língua dos homens, tão asquerosa, tão fétida. 
Que se vá como um raio e se parta com um. 
Que de ti não reste nada, que não sobre restos, que as migalhas sejam esmagadas, lavadas.
Que vá até minha raiva, mi odio, todo el veneno. 
Que
Qu
Q
se foda com força até tuas entranhas partirem, como tu.

Here in me

Palavras não bastam
Do som que saia pela janela do castelo animado
Dancei pelas nuvens, com você
Corri, pulei e girei, lá, no alto
No inalcançável

Parecia a felicidade
mas era apenas um sonho
Brincadeira de menino bobo
E quando chega a noite
Junto de tanto calor que não me deixa pegar no sono
Minha taquicardia parece raiva

No fim, como em todos os outros fins
É como uma coisa que não tem a ver com você
Mas sim, como sempre, é uma coisa que está aqui
em mim.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Pontas Soltas

Estamos no mesmo espaço
Nos encontramos no mesmo tempo
Nossos corpos ocupam ali e até se tocam
Seus olhos podem ver os meus...
Mas no fundo, encontros não se tratam disso.
Não é a materialidade da coisa
Está mais para metafísica do sentimento.
Pensando assim, percebo que eu e vocês, 
seguimos continuamente em desencontro. 
Mais forte do que raspa na pele
É o que fica na cabeça
Isso ninguém controla ou escolhe.

sábado, 26 de dezembro de 2015

O quinto dia

Desapareceu como a espuma que se esvai na areia depois que a onda quebra
E a lembrança distante do cheiro de água salgada
Água entalada, que queima a garganta e o estômago
Sal que aumenta a pressão, explodindo-a.

Não poderia nomear os sentimentos ruins que tenho
Na verdade nem os encontro
Apenas a febre física, distante do coração.
O medo do que não tenho sequer existe.

Você ficou?
Está aqui...
Pela quinta vez 24 horas.
Permanece em alguma parte do meu corpo, não sei dizer se nos pés, na língua ou nos olhos.

"Não sei mais nada,"
mas sei de tudo...
"Só sei que canto de sede dos teus...  "

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Dezembro mais uma vez

Eu não consigo ver teu rosto quando busco enxergar o que existe em mim
Meus sentimentos são meus, minhas expectativas, dores e quereres
Diante das projeções, não enxergamos a verdade das coisas e das pessoas
Aqui existe eu, ali existe você, o pano de fundo é o universo.

A dor e sofrimento vem como um professor que diz: esteja alerta
É um aviso luminoso que pede que prestemos atenção
Atenção em nós mesmos, no nosso funcionamento, no que está funcionando ou não.
E a dor precisa ser sentida, com verdade, com consciência

Por fim, não devemos fazer concessões.
Afinal de contas, o que queremos é o que queremos
Nossos sonhos são nossos, eles precisam estar aqui dentro, vibrantes.
A questão é sobre administração, dos apegos, dos medos, do controle que não está em nossas mãos.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Ser um homem em busca de...

Hoje sou água da chuva, vou com o vento
Voou com o vento que me bate, me assola, me espanca, mas me leva
Me leva, mas tão leve

O mundo em minhas mãos é mais fácil
Eu dormi deus e amanheci mortal
Por que viver de ilusão é mais fácil

É difícil sentir a realidade
E a procura não tem fim
Mas o que é que eu procuro afinal?
Uma porta pro infinito, o irreal, o que não pode ser dito.

Um homem em busca de mais ou de paz?
Estrelas que brilham, estrela que brilha sozinha no céu.
Como se representasse minha solidão.
Fria e distante, como o reflexo da casca no espelho
Espelho partido pelos olhos de mel, que enxergam através... 

Assim, dessa forma complexa, confusa, enlouquecida
Caio no mar, aglutino-me a ele, como se sempre fizesse parte dali
Vejo o mar, vejo o brilho do sol nascendo
Querendo renascer
Evaporo e volto as nuvens...
Então... de repente, o avião decola
Meus olhos de nuvem precipitam, chovendo por todo o rosto...

Vou com o vento, a água de sal que sai de mim se esvai
E nada tem fim, mesmo acabando.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Reticente











Amores pela metade
Amores fragmentados
Amores imaginários ou inimagináveis

Um crime não amar
Um amor criminoso
Potencialmente inexistente

Poderíamos sobreviver, reviver
Mas esse não é nosso mundo
Na verdade isso não me machuca, é psicológico
Você apenas sente o que você sente

Tempo de ilusão, feito por doces, rios de chocolates
Um acordo com Deus
Que ele nos proteja das ameaças reais

Não sei quem é você
E eu não sei onde estou
O fim, o começo, a continuidade do que nunca foi
Linearidades destruídas, destrutivas.
...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

El tango

Agarra-te a mim, com suavidade
Toca meu ombro, minhas costas, dá-me tua mão.
Estamos juntos, girando
Atravessando, patinando pelo salão da vida.

Deixando um rastro com nosso cheiro
Desenvolvendo calor através de nosso olhar.
Frente, lado, trás, lado
Corações batendo, peitos encostados.

Vai, ouve a melodia, deixa que os pés seguem o calor do dia. 
O calor da música.
Como tantas coisas que não precisam ser nomeadas.
No le olvidarei, estáis en mi, por allá, por acá.
Fuerte en el corazón

domingo, 29 de novembro de 2015

Ponto negro

No ínfimo do ser
Localizado no cerne da alma
Um lugar onde a linguagem não consegue alcançar.
Acordo cedo, perco o sono, lençóis quentes e estados letárgicos.
Penetrante e penetrável como o cheiro forte do velho perfume novo.

Poderia ser determinado e jogar tudo para o alto.
Ou manter todas as coisas harmonicamente equilibradas.
Uma equalização que não saberia fazer.
Uma equidade que não me cabe.

E só não sei dizer, não digo.
Algo está agarrado a mim
Não posso esquecer
As coisas
Que vi.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

This days

Como um caminho de sargaços
Mar
Ar
Faltas de peças e sobras de ossos.

Os olhos ardem, os membros pesam
Debaixo está o asfalto
Abaixo estou eu...
Mas dentro algo de bom cintila.

A luz da arte
O prazer do artista
As mãos sujas de tinta
Debaixo está o asfalto
E mais abaixo estou eu.

Abaixo os abraços, fortes e que envolvem
O bom dos dias

Grite seu texto colorido de volta para mim também.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Inaceptable

Mi duele acá adentro, en mi pecho
La verdad es que los sentimientos estan locos
No puedo decir lo que es real y lo que se hace ilusión.

Ayudame antes que yo intente encontrarte
He buscado en todos los sitios
He pensado en ti como la cantante triste

Hiciste parte de mi e de lo que pasó
Pero creo que ahora, de forma rara, hace parte de mi antologia
Queria volver y sé diferente. Pero sigo covarde.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

bagunça

pare, apenas pare
você precisa enxergar bem no fundo dos meus olhos
precisa saber em qual degradê entre o brilho e alegria está meu sorriso.
vem, me morde, fica mordido e me transpassa.

atravessemo-nos, como o impossível chegando ao seu último nível.
dentro dessas paredes de vidro e dessas leis fétidas formadas por coliformes fecais.
mergulha nesse rio morto, nesse vale destruído.

vem, segura-me a mão e puxa o ar quente com força.
tenta junto de mim sobreviver, a isso... a mim, a nós.
alarga esse teu peito, abre, puxa e cospe sem asco, ou com, pode se atrever!

quero deslizar sobre você te possuindo
enquanto você laça minha alma e meu coração num nó apertado
quase me fazendo agonizar.

bate em mim com força
não usa tuas mãos
corre, foge, se esconde, faz meu querer querer te achar.

domingo, 15 de novembro de 2015

Fall apart

Estou feliz e então, de repente... não resta nenhuma gota de alegria
Estou contente e de repente eu consigo sentir todo o sofrimento ao redor.
Não suporto a ideia de ter que aceitar que o mundo é como é.
Não falo de paz ou caos, um precisa do outro.
Falo da crueldade humana, do egoísmo, da disputa de poder.
Tudo isso me enoja, me faz deitar na minha cama e me retorcer.
Não aceito o quanto somos aprisionados pelo o que temos ou por quem deveríamos ser.
Soldadinhos de chumbo escoltados um atrás do outro,
Enquanto uns julgam que não são de carne, sangue e ossos.
E toda a poesia dos nossos sentimentos?
Poderíamos tanto, tanto, tanto... mas estamos espremidos e convencidos que podemos tão pouco.
Ou apenas podemos somente para nós.
E a pior parte é que preciso respirar fundo, fechar meus olhos e fingir que isso tudo não existe.
Mas quer saber? Não me conformo e acredito que um dia verei outros universos, outras formas de seres humanos, algo mais parecido com dóceis cães.
A raça humana é condenada simplesmente a ser o que é desde que surgiu nessa massa gigante de terra e água... ninguém pensa que essa não é verdade absoluta.
É que o homem não lida bem com incertezas, ele precisa de tudo ou tudo.
E eu vou, deslocado, desiludido, desconstruído, seguindo esse mar violento.

sábado, 14 de novembro de 2015

O poeta de gelo vive.

Sujo
Sujou

Sujou a alma
Quarto sujo
Poeira, velhos sentimentos. Insegurança.
Porta fechada. Grades na janela.

Sujou a calma.
Sujos sentimentos. Fantasias negras.
Aranhas nas máscaras de baile.
Sumiram as fotografias.

Sem sentido, sem sentido.
Sujo, sujo a boca, sujo as mãos.
Água, água, pelos deuses.
Água, água, a mais doce.

Se nada ressuscita
O que vem depois que algo morre... em mim
?

Rabia

Resolvi me obrigar a voltar a meditar.
É bom, é incrível, mas preciso de mais.
Preciso de mais paz entrando em mim.
Preciso de mais luz pra me livrar do que é negativo.
Preciso de mais força pra expulsar o desânimo
Para tornar os medos em seres insignificantes.
Mais coragem para reencontrar a poesia de viver
De estar, de respirar e de produzir.

Nesses dias eu apenas deixo de saber quem sou eu.
O que quero, aonde vou, onde quero chegar.
Dias de pouco sol na alma me fazem ver tudo turvo
Intuir se torna dificil quando dominado por tantas carências, faltas e vazios.
Ninguém olha para mim e entende, é solitário, árduo, chega a ser doloroso.
Me escondo entre os veús...
Não enxergo os meus, ou eu talvez veja com mais verdade
Tudo muda, eu sei. E é preciso estar perdido para que o verbo encontrar surja.

domingo, 8 de novembro de 2015

Agarrando-se

Vencer exige uma grande camada de coragem e enormes parcelas de dedicação, tempo e esforço.
Ninguém chega ao topo dos sonhos assim, apenas batendo o ovo na farinha com leite.
É preciso repetir, é preciso acordar cedo por meses, dormir cansado por semestres.
E no fim é importante se perguntar: vale a pena mesmo?
E se valer... mergulha, salta, pula, agarra com força!

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Y. Reis

Gratidão ao universo por ter seu amor.
Por ter você ao meu lado apesar de qualquer distância geográfica.
Por ter com você uma história de amizade e conexão de almas tão linda.
Por ter passado, presente e futuro feliz ao seu lado.
Pelos nossos planos, pelas nossas promessas.

Gratidão por tudo que você me ensinou apenas sendo você mesma.
Por todos os momentos em que você segurou minha barra e salvou minha mente e meu coração.
Por todas as vezes que você me alimentou, foi gentil e cuidadosa comigo.
Gratidão por você me ensinar que poderíamos ser quase a mesma pessoa e que isso só faria bem.
Escrevo emocionado, emoção colorida e intensa, de amor e felicidade.

Transcendemos juntos.
Você me é e eu te sou.
Namastê.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Espectro

Como se água corresse por minhas veias
Fazendo algo básico fluir pelo meu corpo
É uma sensação sem nome
Não definida
Como quando sua música preferida toca e você não consegue mais sentir a mesma emoção

Você corre, corre, corre e não consegue suar
Você grita alto e som nenhum se forma no ar.
Você respira e oxigênio apenas passa por você, como um fantasma atravessando uma parede de concreto. 
Você, você, você, você...
Você sou eu.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Sorrindo a toa

E o tempo vai e o tempo vem, como o vento
Girando ao redor, nos contento, nos empurrando por aí...
O ar por aí...
Foi por isso que vim até aqui.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Agosto

Agosto sem desgosto
Sem gosto, agosto.
Se foi como veio, sem promessas, sem dívidas sem rebuliço.
Agosto do recomeço só teve pausa e pausa, e pausas.
O mês mais longo do ano.
Também poderia ser o mais sem graça.
Cansado do descanso, do descaso.
Descaso com meu coração
Cansaço dos meus sentimentos.
Eu quero saber pra que porra de lado eu vou agora.
Você se incomoda com palavrões?
Com nudez, com corpos, com o que não está certinho.
Foda-se, esse texto foi feito para não ser lido.
Um acumulo de mentiras verdades, verdades mentiras.
Foda-se, verdades secretas e todo esse lixo da caixa preta.
A caixa preta que não é vida
Sem energia, sem sinergia.
Foda-se cada palavra, cada silaba, cada letra.
Sou proparoxítona acentuada.
Esqueça este texto, me esqueça.

domingo, 26 de julho de 2015

Sou do tempo que nos falávamos por telefone deitados numa rede

Pelo quarto limpo e arrumado eu podia imaginar minha cueca azul
O cheiro de ovomaltine
E os farelos de ninho que não existiram ali.
A música parecia um jazz, ou um soul.
Mas nada daquilo extravassou o desejo espaço-temporal.

Naqueles olhos que se encontravam
E no sorriso que não dizia
Meia dúzias de coisas que poderiam ser...
E não foram.
E tudo se transformou em palavras ditas, destruindo-se

Destruiu-se o encanto
Assim como as vontades
O gozo antecipado também não existiu
Mas se tornou tão explicito.
Não foi

Não
Foi

terça-feira, 21 de julho de 2015

E fique pelo ar

Acho que eu esperei por isso toda a minha vida
O dia que iria me sentir pleno, feliz, realizado
Sem precisar de drogas, parceiros, doces ou antidepressivos.
É algo forte de se dizer, mas tudo que esperei da vida
Não era tudo o que eu realmente precisava para simplesmente ser.
E acabei sendo... por caminhos tortuosos e sinuosos e complexos.
Mas isso é viver, as vezes simples, as vezes complicado e as vezes...
Sei que a plenitude do agora não tem a ver com nenhuma do passado ou futuro.
Apenas vivo o hoje, esse tempo presente que me foi dado.
E isso faz de tudo mágico, incrível e belo.
Que eu aprenda a enxergar o mundo sobre essa égide.
Que as trocas se fortaleçam e a vida flua...
Para onde tiver que fluir.
E pelo ar... que fique... uma, ou duas, sementinha de amor.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Rapidinho como o dia

Ah deixa a coisa correr
Deixa a coisa fluir
Se o riso acabou, pra que o rancor?
A vida é assim mesmo, uma hora a noite chega
Em outra o sol surge no horizonte.
Se você pega pra valer, então segura até onde respira.
As vezes é preciso mais fôlego
As vezes é preciso apenas deixar de respirar.
Mergulha e vai.
Engole o sal e não fraqueja.
E se fraquejar, ué... depois passa. 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Venha o vento que houver

Atrasei meus relógios
Não queria ver o tempo passar.
Se tornou pesado perceber o tempo que perdi
Perdi por necessidade, por precisar aprender, entender como a vida funciona
Como eu mesmo funciono.
E tanto tempo passou e nenhuma certeza certa chegou.
Mas descobri as coisas importantes
Entendi as ilusões.
Desvencilhei aquilo tudo sobre a carne
Na yoga ou no teatro, tudo é prazer e dor, suor e gozo.
Hoje eu ainda me escondo e fujo às vezes, daquilo que não quero dizer
Do que não quero revelar
Mas na hora da batalha, meu amigo, lá estou eu
De pé, preparado, mesmo que não saiba qual o golpe certo a desferir.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Vou te ser sincero

Eu tive medo de você
Do que poderia te dizer
Tive medo que você olhasse nos meus olhos e visse o que sinto por ti
Eu tive medo de encostar em você
Talvez eu ficasse ali pra sempre
Eu tive medo e quis te abraçar

Eu decorei cada parte de você, sob cada raio de sol
Eu entendi as formas do seu cabelo
O formato dos seus olhos, da sua boca...
Eu quase não aguentei.

E você deveria saber que não gosto de textos com tantos "eus"

Tive medo de você

Acendi uma vela
Pensei o que você diria do meu cheiro
Do toque da minha pele
E de como eu deslizo por teu corpo
Queria saber teus pensamentos
Preenchidos de sentimentos, de um brilho nos olhos.
Será que vamos nos encontrar?

Dá aqui sua mão
Vem, vambora
Vamo nos deleitar.

Acendi uma vela e um incenso
Pensei em como seria teu cheiro me atingindo
Assim como faz tua voz.

(Tu usa o perfume que te dei
Será que lembra de mim quando aperta o borrifador)

Queria te dizer meus pensamentos
Preencher de sentimento o brilho dos meus olhos.
Será que eu vou te encontrar?
Essa noite é apenas uma loucura.
Como a noite de evoé.

Melodia de menino

Sei lá quanto amor eu poderia declarar.
Sei lá quanto amor eu teria para entregar e inundar teu peito.
Tanto amor feito bolo de chocolate quente
Retumbando em planetas, reverberando nas estrelas
Fiel como a lua no céu, de nova a cheia, minguante rainha.

Sei lá quanta dor eu poderia causar
Sei lá quanto estrago no teu pobre e doce coração.
Tanta dor que o mundo amargaria feito féu.
Prisioneiros em suas grades, cinza e branco.
O que poderia ser mais triste?

Mas tudo bem, tudo bem por que no meu terreiro o samba não cessou.
O sol quentinho nasce de manhã.
É tanto mistério que sei lá...

sábado, 2 de maio de 2015

Isto

Quem é você?
A resposta a essa pergunta não pode ser Pedro Doria.
Tanta coisa acontece o tempo todo no mundo.
Como seria possível prever?
Tudo é diferente. Tudo apenas é como é.
Nesses ciclos de perdas, desejos, loucuras e tristezas.


Quem é você?
A resposta a essa pergunta não pode ser seu nome!
Não, não pode!
Olhando para trás, o que eu consigo olhando para trás?
Eu tenho esse sorriso no rosto, essa piada na ponta da lingua.
Mas por dentro eu estou gritando desesperadamente.

O que eu perdi no meio do caminho?
Qual o caminho?

O que sou eu?
De que material emocional eu sou feito?
O que eu quero?

Quem sou eu?

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Verdade Teatral

O que eu quero dizer?
O que eu quero dizer?
O que eu quero dizer é que...
Talvez eu saiba o que é o amor.

Sim, sim. Talvez eu saiba, talvez eu tenha finalmente começado a entender.
Naquele dia. No passado.
Naquele rosto. Tantos anos. Tantos anos.
Talvez hoje, depois de tantos anos.

Não. Não sei. Talvez, não sei.
Quem poderia me garantir?
Como eu poderia garantir a mim mesmo todas essas ideias?
Você ainda está aí? Não.
Você não está aí, não é mesmo?

Mas sim, você estava lá.
Eu, eu estava lá. Usava roupas coloridas.
Era diferente de mim mesmo.
Consegui enxergar tudo diferente com o coração.
Mesmo que as palavras fossem duras.

Eu não quero mais me perder.
Eu comecei a me encontrar.
Eu preciso de todos vocês.
Eu preciso de...

terça-feira, 31 de março de 2015

Esconde-esconde

Algo em mim não se desprende, não solta, não larga.
Talvez eu siga segurando meu antigo eu enquanto caminho.
Carregando tudo aquilo em mim que está morto, que apenas fornece peso.
Talvez eu tenha medo de sentir o verdadeiro vazio.
Tenha medo de identificar os espaços despoluídos e vagos.

Carrego até as tristezas que já não sinto mais.
Meu eu melancólico, destrutivo, o que não sou mais.
Tudo por ainda não conseguir me reconhecer.
Preciso desapegar do que não me liberta,
preciso desapegar de mim e apenas voar como o tempo, com o tempo.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Molecagem

Um brinde a tudo isso que me sufoca.
Um brinde a esses príncipes que não passam de chatos que vivem dando no meu saco.
Um brinde aos erros e a depressão.

Um saco cheio de mazelas
E um peito aberto de esperança.
Eu canto, eu danço, eu não pretendo parar.

A infância está aqui, junto com a verdade e tudo o que não sei.
Talvez eu escreva, mas não saiba amar.
Mas existe hoje, haverá o amanhã, existirá tempo.

domingo, 22 de março de 2015

Manhã de domingo

Ceú azul limpo.
E as nuvens brancas como a neve.
Eu só poderia sorrir.

Às vezes penso em você,
mas às vezes é tão pouco.
Não machuca, não consome.

O dia está lindo.
Eu só poderia sorrir.
Por você e por mim.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Contorcido

Me perguntei dezenas de vezes em apenas um dia: sou apaixonado por você?

O que eu sinto por você?
O que eu sinto por você?
O que eu sinto por você?

Não sei se me sinto na obrigação de encontrar essa resposta mais por mim ou por você.
Por quê eu sei que sinto alguma coisa, e não é algo que precise ser menosprezado da forma que você faz.
Mas não sei se esse algo é suficiente para colocar os objetos na casa assim como você faz.
Entre quem nós dois somos existe um abismo fatal.
Entre querer e viver algo existe uma quantidade de forças opostas indescritíveis,
Minha dúvida me põe em cheque.
Minha dúvida me atira as incertezas.
De um lado tem você que sempre diz saber o que quer. Uma desculpa que você inventou para si mesmo.
Do outro lado, mais obscuro, existe eu, sem nunca saber do que sou capaz quando se trata do que sinto. Uma desculpa que eu sempre invento para mim?

Tudo isso na minha cabeça é demais para você aceitar e lidar.
Tudo isso que você pensa é demais para mim.

Atrapalhado

A solidão  que sinto me corrói como a fome, juntas, madrugada de sábado, esperando o domingo.

A solidão que sinto é consciente de cada escolha que fiz, de cada isolamento, reclusão. De cada pessoa que escolhi afastar, de cada momento que eu me afastei.

A solidão que corrói, mas não faz arrependimento aparecer.
Essa solidão que me faz pensar em vida em stand by ou apenas em uma nova vida que não aprendi ainda a viver.

Regras desconhecidas de solidão já batida.
Medo do escuro, do silêncio.
Sem movimentos, apenas pausa.

Água para beber. Apenas água, camarada.

sexta-feira, 13 de março de 2015

individualISMO à lá carte

EgoISMO
Grande ego
Golpe no amor
Tantos corpos soltos
Apertados nos espaços de luta
Por prazer, por sobrevivência
Por dominação
AntropocentrISMO

Filosofia. Psicologia. Sociologia.
Biologia. Astrologia. Antropologia.
Quem pode dizer onde esta a felicidade.
Tanta gia, tantos logos.
Pensando, existindo.
Pensando em si e limitado pelo espelho.

Uma nova notificação por segundo.
A nossa modernidade.
Nossa distância, realidade
A nossa morte.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Vazio simbólico

Dias sem estar aqui
Dias sem estar em mim.
Possuído por uma euforia incontrolável de ter e querer tudo.
De viver todas as coisas inconsequentes da vida.
Isso te faz louco, isso te faz incrível, poderoso, simbolicamente.
Não um simbólico sagrado, mas um simbólico vazio.

A potencia da euforia é o outro lado da moeda depressão.
Ela te atinge e te joga para todos os lados. Te faz bater contra paredes, te provoca dor física
Deixa vestígios, vírus, inexistencialidades.

Nada mais arrasador que bater contra o fundo do poço
Nada mais modificador também.
Cair, cair, cair até sentir o fim, e vivo o fim sempre representa um recomeço.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Try

Mergulhado na própria miséria
Isso torna a existência do homem tão mesquinha.
Tanta potência de vida afogada por uma grossa camada de pulsão de morte.
Assim a vida não segue, assim o ar não entra.

Precisamos fluir, precisamos conseguir aumentar nosso próprio tamanho.
Maiores que nós mesmos... superamos,
superamos medos e pesadelos.

Esse é um novo ano, de sonhos, de aventuras.
Quando me distanciei de ficções de livros e filmes, me aproximei da magia da realidade.
Não apenas essa realidade dura de existir e vagar,
Mas uma realidade reluzente de lutar, ser forte e viver todas as cores.

Estamos nesse campo de batalha
Dias de lutas, horas de descanso,
Dias de exaustão, horas de prazer.
Podemos sorrir, devemos enxergar a beleza das coisas acesas por dentro.

Vamos correr esses campos, persistir nos caminhos, encontrar os novos.
Não olhe para trás, por favor.
Nada pode nos parar, enquanto não for a hora.

Star

Sempre que olho para o céu e vejo uma estrela sozinha, vejo a mim mesmo.
Tão isolado e triste.
Espalhando um brilho que nada alcança além de olhos distantes e solitários.

Quando vejo uma estrela no céu, é como se entendesse minha própria existência,
como se ficasse clara a forma como me sinto, assim como o brilho que vejo.
Sempre que olho o espelho, eu vejo uma estrela aqui, diante de mim, tão perto e tão longe.
Um brilho que vem de dentro, mas uma frieza tão descomunal como as piramides do Egito.

Estrela no céu, homem na terra
Tudo é tão igual. 

A última olhada para trás

 Eu ainda amo  Ainda amo e amo ainda Há muito tempo Há muitos anos Há muitas vidas  Eu sinto isso em mim No estômago, no peito, nos olhos No...