terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O poderoso fim

Você já experimentou viver a poética do fim?
A guerra tem seu charme, sua beleza, suas cores cinzas e suas explosões.
Fora de qualquer apologia.
O amor, as vezes, é guerra.
Mas será que ele é mesmo amor?

Nós parecíamos perfeitos um para o outro,
Mas vivemos um campo de batalha.
E meus sentimentos escorreram como água pelo rosto.
E meu coração apertado controlou sua dor como nunca.
Fechei a porta da sala, do quarto, o portão
Ou melhor, eu os abri...
E voltei, fui embora.
Eu indo embora.

Minha crueldade saltou, mas foi esmagada por mim mesmo.
Consegui olhar nos seus olhos.
Sim, hoje é o último dia do ano.
Meus pensamentos não estão com você
Eles estão te deixando.
Poderia eu ser menos claro?

E depois deste dezembro
É até engraçado que a única coisa em minha cabeça
Seja um agradecimento
"Não por nada, mas por tudo."

Hoje eu fechei uma porta
Amanhã estarei andando
Nessa vida mais linda
Nesses dias mais quentes
quentes não, calorosos
Olhe nos meus olhos, você verá...
Não estou mentindo.

E antes de partir, um brinde...
Ao fim e consequentemente ao (re)começo.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Redenção

Quantos andares a culpa pode ter?
Minhas perguntas sem respostas.
O contrário do que dá certo é...
Dançando uma música não poderíamos saber.

Quantas escadas eu subi até mudar?
Você consegue ver?
O fogo da chama no escuro.
Eu estou diante do caminho da luz.

Vou apagando, silenciando.
Como o medroso que aprende a reprimir o choro.
Um açoite na alma.
O que é infinito também consegue sair ferido?

Viver cazuza é sorte ou azar?
E viver cássia?
E o que será viver eu?
Minhas perguntas sem respostas,
Minha redenção atroz ao niilismo nietzschiano.


domingo, 15 de dezembro de 2013

Sublimação

Coração inquieto.
Essas partes escondidas de mim mesmo
Por tanto tempo.
Living in the dark
Brutal ignorância
Arrogante arrogância.

E agora consigo ver
Enxergar minha verdade através da água
Claridade que você trouxe
E isso me faz querer correr
Mas eu sequer respiro bem
Um ir e vir de tudo que se foi, se é

Para mim agora é como se...
não importassem número
ou tempo, ou símbolos
Meus textos são curtos
Minha inspiração é medrosa.
Os pés dentro d'água, mas continuo agarrado a superfície.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Love!?

Amor...
De todos os medos que possui o maior tem esse nome.
Ou talvez essa seja apenas a consequência.
Medo mesmo eu tenho da dor.

Mas já mergulhei em tantos mares
Corri em tantos vales
E até onde o medo nos leva?
Ele sequer nos tira do lugar.
Nos deixa paralisados, atordoados
Criança pequena perdida da mãe na rua.

O amor não tem que ter a ver com medo ou dor.
Medo e dor são causos da vida.
Lombadas no caminho.
O amor tem a ver com sentir a vida, vivê-la.
Entregar-se ao fluxo que nos torna um verdadeiro ser.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O que você quer ouvir é o que eu quero dizer?

Pegue minha mão
Pois essa é minha frase preferida
Pois isso aquece meu coração

Pegue minha mão
E me carregue em seu peito
Brilhante e vívido, absolutamente voraz.

Pegue minha mão
Mas não solte
Tenha intenção de ficar, fique.

Pegue minha mão
Pois nós podemos ser grandes
Grandes amantes, amigos, grandes companheiros

Pegue minha mão
Pois eu também quero segurar você
E não importa o frio, o medo, ou o desejo

Pegue minha mão
Pois para isso você só precisa de mim
E eu só preciso de você.

Segure minha mão, pois eu estarei segurando a sua.

Para entregar meu coração, minha alma e meu corpo

Quem tem a sorte de logo assim de cara, amar a primeira pessoa que decide ficar ao seu lado?
Pessoa que te ama de volta, na mesma ou numa maior intensidade?
Quem tem tanta sorte de encontrar um porto seguro antes dos dezoito.
Viver um amor de verdade
Intenso
Que se guarda doce na memória pela eternidade?

Eu não posso deixar de agradecer por você
Mesmo que eu tenha te deixado ir há tantos anos.
Você não só faz parte da minha história
Mas você fez com que eu começasse a escrever sobre o amor.
E vou seguindo
Buscando a intensidade da sorte do amor verdadeiro.

E por que eu deveria ter pressa?
Tantos na minha idade nunca tiveram um pequeno vislumbre
De viver tudo o que eu vivi
Sentir tudo o que eu senti.

Fui visitado pelo amor muitos anos atrás
Ele ficou por vários, longos e lindos dias...
E eu espero seu retorno
Uma nova visita, um novo convidado
Doce, mas não igual...
Porém... verdadeiro por inteiro.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Sem nenhuma palavra

suas mentiras tão doces
e sua pele tão macia
o silêncio inesperado
aquele golpe dormente

o que se sentia dormiu com nosso sono
como a água que vazou pela escada
a esquina que se virou
e nenhum arrependimento
apenas desaparecidos

química, física e nenhuma poesia
saliva, sem melodia
os dias, poucos dias
tanto toque,
e as palavras sem promessas

somos cidadãos
podemos vir, e ir
pelas ruas vazias
os céus bonitos
e a esperança sinuosa

domingo, 24 de novembro de 2013

R.I.P. BH

uma década atrás
o frio de BH
as janelas de vidro, pouca luz
o sofá com cheiro de gato
a cozinha pequena e a comida bem temperada
Saudades da minha mãe
vontade de ficar pra sempre
Descendo a Av. Brasil
Indo ao cinema sozinho
Hanson no repeat
E a infância se esvaindo tão gostosa


sábado, 16 de novembro de 2013

Ressecado

Tão grande, mas preso em uma bolha
De insegurança e preguiça...
Um jardim de mediocridades.
Seus sonhos não condizem com as ações de suas mãos.
Escondendo-se não apenas dos inimigos.

Lá fora o mundo grita, assim como no seu peito
Mas nesses caminhos, de tanto ser fraco, enfraqueceu.
Quais luzes deveriam se acender? Qual a cor da chama?
Se perguntando qual o seu problema e como solucioná-lo.
Parado com um pacote vazio nas mãos.

Sem estar preparado para correr todo o navio e se atirar da popa.
Sem estar preparado para montar no cavalo e cavalgar.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Inatingível

Você tem medo do adeus, eu também
Num mundo em que tudo acaba em despedida
Como poderíamos ser diferentes?

Eu choro a solidão, sozinho, no meu quarto
Enquanto a música triste toca no rádio
Que escolha eu poderia ter?
Sempre perdido entre ser, querer, e não conseguir, e evitar, e desistir, e não fazer.
Mais bonito seria ser feliz nos diários do sol

Os dias passam e as horas se estendem, as pessoas ao redor nunca me entendem
Eu também não, carregando esses vazios ou essas vastidões, que nada dizem
E os tempos vão seguindo, e a vida também
Nesse rio corrente que escorre no grande mar
Azul, mas a realidade é tão cinza.

Eu tenho medo do adeus, mas mais ainda tenho do olá.
Num mundo em que tudo começa com um simples cumprimento
Como poderia, eu, ser diferente?

Se vemos o que queremos ver
Se sentimos o que queremos sentir
Onde está a felicidade?
Em qual esquina, em qual olhar, em qual constelação lunar...

sábado, 9 de novembro de 2013

Amarelo

Saudades da vida que não vivi
E do tempo do qual não fiz parte
Saudades da exterioridade dos espaços que nunca fui.
Saudades de esperar inéditas da Elis, Tom, Cazuza
Tudo o que nunca vi chegar

Naquele tempo a vida parecia mais vida
Os homens mais homens, mais corpo, mais olhar
Mais reais, menos ideais
Mas quem seria eu para comparar ou criticar o depois de ontem

'Vou apenas sair por aí,
sem pensar no que foi que sonhei,
que chorei,
que sofri...'
que não vivi.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Uma razão, mas não uma escolha

Já vivi este dia mil vezes
Esta mesma sensação al mirar por las ventanas
Lo mismo sentimiento
O vazio, a melancolia grossa e rude

Como se a liquidez atingisse seu ápice
E eu não consiguisse perceber sequer
Em qual esquina deixei meu norte
Nenhuma direção me serve
Nem coisa alguma...

Apenas as canções me mantém vivo na caixa temporal que me encontro nesses dias
Dias grises que ya viví más de mil veces

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

... travessuras

Fique para o café...
Enquanto minha mão desliza pelos botões da camisa invisível
Uma cama tão grande
Para quem você vai correr antes de chorar?

Os dois braços do abraço,
quanta luta pra chegar
Ao cognoscível do espaço
Onde homem sempre estará.

 A andar, a cantar, em cada passo se perder.
Ouvindo Brega, ouvindo Rae
- Senhor? Dê um passo de cada vez!

Os quatro braços do abraço
Uma cambalhota pelo ar
Não se corre, não se teme
vale a pena se entregar.

Entre o homem e o palhaço
Muita tinta e um coração
Seja bicho, seja gente
Fique para o café com pão.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Doces ou...

O que fazer com a carta do coringa?

Nota-se um certo calor no peito
Coração que pulsa
Tranquilidade e excitação.
Duas cambalhotes ao redor da sua alma.

Seu riso é verdadeiro?

Sente-se que alegria que contagia
Também revela a tristeza no olhar
A cara pintada de cinza
Amar é maior do que o mar!?


domingo, 3 de novembro de 2013

Bauminiano no café da manhã

Eu preciso desesperadamente do encontro.
Ou talvez eu precise deixar o encontro acontecer.
Ou me permitir ao encontro.
Ou até, tornando tudo mais estranho: eu preciso me encontrar.

Isso deve ser a origem dos problemas
Essa preocupação obsessiva com o EU que precisa
Essas cores egoístas que permeiam minha potência.
A oposição entre proteção e compartilhamento.

Cercado pela era digital, carregando pesos analógicos.
Como se o homem fosse mesmo virtual...
Nessa loucura deselegante em que viver se tornou
Nessa aventura pouco poética e sensorial.

Tudo se resume ao escrito e a representação de si
Das piores maneiras possíveis.
Então a dúvida minguante se sustenta...
Estaria alguém preparado para o encontro?

domingo, 27 de outubro de 2013

guys mixed together

Você achou que eu fosse me assustar com o seu nível intelectual.
Que presunção. Sequer sabia as coisas que eu sei ou não sei.
Life is a big surprise.

E a sua lembrança no banheiro. Sua pele branca e suas sardas.
Seu beijo feroz e seu olhar inocente, de esperança e receio.
E a energia que emana quando um beijo é grátis.

E seu jeito engraçado, tão diferente de tudo que eu gosto.
Algo em você, de forma mais profunda, me chama atenção.
Algo em você que me causa curiosidade e receio, como eu causei nele.

E tudo assim, tudo vai embora alguma hora.
E uma nova rodada se inicia.
E ninguém quer ser sozinho, enquanto todos são solitários.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Traço lunar

O cansaço noturno de uma luz que já não se acende mais
Não ilumina fins de túneis.
Vontades que escorrem e se prende ao peito
E não doem e não sentem, amortecem, adormecem...
Um sono de Khronos,
Uma sede de nada.

Deitado na relva fresca e macia
Imagino como seria estar em outro lugar
Sonhando com os sinais que levassem ao desconhecido
Ao estranho, que tacitamente me comovesse, me obtivesse.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Diga sim aos que dizem não

Vou fazer algumas mudanças na minha vida
Mudar esses conceitos, essas formas.
Transformas estes quadrados em círculos
Aparar arestas. Ser a melhor versão de mim mesmo.

Como todo mundo... seguindo a mesma fila
Perdido entre o ideal e o real.
Mas ideal para quem?
O real está ai para todo mundo ver...
A ferida sangra.

Então quando eu olhar para este espelho
Quando enxergar bem o meu rosto jovem e velho
Minhas marcas, os defeitos da minha pele
Vou estar satisfeito, como agora
Por ser quem eu sou.

Então quando ver o olhar de quem está ao redor
de aprovação ou julgamento, eu vou apenas seguir
Não pela fila
Não com pontas finas 
Apenas com a verdade de ser
Sem tempo, sem ganância, sem mas...

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Flocos (de neve no deserto)

Vai saber o que eu sou.
Essa mistura de passado, presente e futuro.
Essa loucura insana, inocente, pervertida de beleza
Feiura, amargor e um toque de chocolate suíço.

Só sei que nada sei, que penso logo existo.
Mas sei lá qual minha esfera,
que anagrama me representa.
Talvez eu seja injustificável,
e meus atos sejam um contorno perfeito de uma lua morta e sem brilho,
que só às vezes pisca como árvore de natal usada e com defeito.

Talvez eu seja uma porta aberta onde anjos tocam e cantam durante oitenta noites sem parar
Ou apenas seja a porta do inferno fechada e com um letreiro grande e luminoso: entre sem bater.
Por que eu cometo o mesmo erro sempre, eu sempre afundo no mesmo buraco.
E não importa se minhas apostas são cada vez menores e sem valor,
a verdade é que dói e me faz chorar.

O que isso tudo quer dizer sobre mim?
Decida, decida, decida.
Escolha para onde ir, escolha o que você quer ser.
Então... talvez eu queira todas as coisas
Talvez eu queira demais e acabe sem nada,
perco até a mim por ter raízes tão efêmeras.

Anjos podem voar,
E anjos podem morrer.

domingo, 22 de setembro de 2013

Medíocre, nós dois

Você acabou com você em mim.
Sim, destruiu algo bonito que havia conseguido.
Destruiu os muros das minhas defesas
Fugiu
E agora eu pago o preço que for para sequer ver seu rosto, onde for.

Não, eu não odeio você.
O ódio morre em mim junto com a efemeridade do tempo
Vai embora como as altas temperaturas de uma febre.
De todas as dores que senti
Es tu uma das poucas que me arrependo de sentir

Fiquei doente de você
Por que você é um tipo erva daninha que só serve pra ser cortado pela raiz.
E pode parecer ressentimento, mas não é, sabe...
São só verdades que eu não preciso cuspir pessoalmente na sua cara
Nessa sua cara bonitinha, mas altamente ordinária.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O que eu também não entendo

Você deu sentido as músicas antes não compreendidas
Minha saudade de ti me fez entender o obscuro
A dor sutil depois de cem, duzentos, trezentos dias
ainda lembrar de cada gesto
Cada entonação, cada forma jocosa. 
Do olhar misterioso e sóbrio
Do outro lado da embriaguez. 

A carência me afunda tão longe em você
E eu volto até aqui para escrever
Escrever ao invés de chorar.
E ninguém poderia me ajudar, nós sabemos.
Nenhuma ligação que eu fizesse faria tocar seu telefone.
Nenhuma campainha que eu tocasse teria uma porta aberta por você.

Tantos foram os últimos textos, tantas despedidas
Mas eu nunca, nunca estou realmente dizendo adeus. 
E se você estivesse aqui
Será que eu sentiria a mesma coisa?


sábado, 7 de setembro de 2013

Universos paralelos

Pensando nos absurdos dos dias
Na coxinha de frango a dez reais
No lugar que todos vão, mas ninguém aparece
Na implicância que corresponde a carinho

Não, o mundo não está de cabeça para baixo
O ser humano que é torto
Tortuoso, errante, errático e cheio de soberba

Eu ouvi sobre o pecado original não ter nada a ver com uma maçã
Ou com uma serpente rosa.
Mas sobre a vontade do homem de ser Deus
E quem seria Deus? E só todos estiverem certos?
Mas e se todos estiverem errados?
Acho que eu não dou a minima. 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Abraçados

Lembrei do que senti
Envolvido pelo seu abraço
Sob incontáveis estrelas

Corpo molhado, corpo gelado
E o seu calor, tão pouquinho
Tudo em preto e branco, correndo lento

A melodia doce que ainda atinge meus ouvidos
E os olhos melancólicos que nós dois sempre vamos ter.

Sob a capa, me escondendo

Aprendi a viver sozinho
Mesmo não morando mais só
Sigo a mesma rotina
Falo pouco, mantenho a seriedade
Sempre boiando na piscina
Mas sabe, existem dias que ainda doem
Que você precisa dividir um bolo de chocolate com alguém
Alguém que te abrace com amor
Calor, vontade e cuidado.
Então eu desligo a música, levanto da cama
E guardo essa carência numa caixinha pequena de madeira
Sigo com a vida pensando
E se eu encontrar um abrigo nessa caminho?

domingo, 1 de setembro de 2013

Pontas Tolas

Você existe?
Seu calor conseguiria aquecer um quarto inteiro?
Por que eu penso que o frio das estrelas é do tamanho de sua própria beleza.

Honestamente
Precisaríamos nos reconhecer
Daquela forma que o tempo para e emerge na alma uma vontade súbita de chorar

Eu penso nos filmes que já vi e nos livros que li, nossa, eu ou alguém já escreveu essa frase, não?
Fuc%! O que eu estou fazendo com meus dias?
Todas essas crises do pão, do tomate, de identidade
Será que eu existo?
Meu calor consegue aquecer qualquer coisa que seja?

Eu vi você, e nada mais era que uma sombra na parede.
A grande ilusão que eu, tolamente, quis ter
No fundo eu, estupidamente, sempre soube

Entre essas frases parciais, sem métrica, sem rimas
A noite chega, e então... mas um dia se foi...
Enquanto estou chorando ao telefone
Sem derramar uma lágrima sequer.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Sétimo

Nos meus braços cabe quem eu quiser
E no meu rádio toca o disco que eu quiser
O que você tem com isso, senhora?

Sim, porque minhas verdades não escondo de ninguém.
E tanto tempo se passou até que eu fosse quem eu realmente sou.
Não me lance esse olhar, seu desprezo ou seu asco em mim não causam coisa alguma.

Amo quem quiser
Deito com quem quiser
Digo sim quando quiser, grito não igualmente
Eu decido, eu resolvo, dou meu jeito, me dou.

Corro quando achar que devo, ando também
E no meu rádio, ah, nesse... só roda o que eu quiser.
E ocupe-se de você, ocupe-se em crescer
Tenha coragem de ser mais como eu e também de me esquecer.

domingo, 25 de agosto de 2013

Sem ápice

A vida é como um vidro de carro.
Constantemente sujo...
Vidro que embaça, que empata a visão na tempestade
Onde a poeira gruda
Vidro que precisa ser limpo.
Limita nosso campo visual.
Mas está sempre ali
Nos permitindo ver através das situações adversas.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Sim, apenas sim

Aceitação deve ser o sentimento mais materno do ser humano
Ele nos faz padecer no paraíso.
Aceitação se trata de lidar com os odores e as dores sem fazer careta.
Como aceitar o sabor amargo do limão
Ou o sabor adstringente do sexo.
Ou até sentir o sangue quente escorrer por um corte.

Aceitação é abraçar o medo e não tremer.
Como um quarto branco manchado
ou uma rosa sem pétalas
um cachorro vira lata.
Aceitação é perdoar o tapa, a palavra dura.
O que era para ser e nunca foi.
O quase que deixou de existir.

sábado, 17 de agosto de 2013

Síntese

Alguns dizem que vão ficar e se vão.
Alguns não dizem nada e continuam aqui.
Quem poderia supor?

Detesto os dois cigarros que fumo na balada.
Detesto o par de cerveja que costumo beber.
Detesto quando fico indeciso, quando não danço.
Talvez se eu me perdesse na fumaça.
Talvez se eu tivesse coragem de mergulhar dentro do seu coração.
Ou se eu apenas me afogassem num copo de chopp.

Desejos transformados em efemeridades.
Paixões que atropelam o tempo e escorrem até evaporarem.
Músicas que se repetem em ciclos disformes.
Sua sombra fosca que me persegue.

Detesto quando detesto.
E a mesma música segue sem parar.
Você me manteria aquecido se tivesse coragem de mergulhar no meu coração?
O calor que me falta, em ti nem existe.
E a mesma música
E os que ficam...
E os que se vão...

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Sentimental/Sepulcral

Você queria ser livre e eu queria uma companhia.
Você queria alguém do jeito que você nunca teve coragem de ser.
Eu queria alguém que conseguisse me encontrar.
Nossas mentes se completavam, criamos uma amizade secreta, embriagada.
Amizade que não vinha a tona sob os olhares alheios.
Amizade tão forte e verdadeira, tão apaixonada que nem sabíamos mais se eramos apenas amigos.
Você estava ali, eu estava ali, sem cálculos.
Tínhamos nos encontrado
Como na primeira vez que nos vimos, demos as mãos para atravessar a rua
Nos reconhecemos, pertencíamos um ao outro.
Não desse jeito lógico e contratual que os casais vivem por aí
Não fomos, nem seremos, um.
Mas sim como algo que foge das explicações racionais, como uma energia do universo.
Então, eu me perdi em você tão feio que precisei ir.
E é triste, hoje, ver as verdades sobre nosso amor.
Já não sei onde você está.
Só sei que não existe nós dois em lugar algum.
Não voltaria no tempo, como um rio corre para o mar, as coisas acontecem como tem de ser.
Mas eu rezo, peço aos deuses, que nós deem outra chance, que me deem outra chance para te ver.
Que nos encontremos e celebremos o encontro,
que voltemos a nos reconhecer.
Por quê sim, eu amo a sua alma.

Sete segundos

Detalhes podem mudar sua vida para sempre.
Detalhes fazem com que algo aconteça ou não.
Com você, com quem está ao seu redor.
É tudo questão de segundos, às vezes depende de uma única escolha
Um último pulo, ou até o primeiro.

Pequenos detalhes podem fazer um mundo desabar...
Ou criar uma nova dimensão.
Nós sempre temos essas portas diante de nossos olhos
Portas que nem sempre estão trancadas
E que nem sempre precisam de ajuda para se abrirem.
É curioso como existe todo o potencial para o que é bom e o que é ruim
Basta estar vivo, sair de casa, respirar...

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Season Change

Sim, tudo muda o tempo todo no mundo.
A vida gira, salta, dá cambalhota.
E não se engane, você sempre está no centro da tempestade.
Alguns voam como se pulassem de paraquedas
Outros surfam no vento e até conseguem dançar no caos.
E tem os que se perdem, sentem o estômago embrulhar, agarram o próprio corpo para controlar o medo.
E essa história é conhecida, o medo domina, te possui e faz você enlouquecer.

Esquecendo o medo, esquecendo que você é um grão de areia no turbilhão
Como aprender a fazer arte no meio disso tudo?
Como dançar no olho do furacão?
Esse é o grande desafio.
Se tudo muda, se o caos é o grande mestre, se estamos perdidos dentro deles...
Então eu quero ser artista. E pra quê temer? As estações estão sempre mudando.
O vento traz o velho, mas também traz o novo.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Conversa antiga

O encontro não tem idade, não tem cor, raça, tempo certo. 
O encontro não tem hora, nem maneira correta, não tem cálculo, não tem jogo. 
Marca-se com fogo no couro do destino, é apenas fato, 
é apenas o encontro, nunca pouco, nunca pela metade

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Antes do fim

E fecho meus olhos
Numa rajada de vento frio
Como um beijo doce do universo
Despedaçando-me em milhares de pedaços

Qualquer um poderia ver o que sinto
Quem poderia disfarçar algo assim?
Correndo de mim mesmo enquanto esbarro em espelhos
Quão colorido meu céu consegue ser?

Pegue minha mão
Esqueça os seus medos
Vamos lá, vamos lá, vamos lá
Antes que eu não esteja mais em lugar algum...

terça-feira, 16 de julho de 2013

Vagalume

Todas essas mentiras que ouvimos
Todas essas mentiras que contamos a nós mesmos
Aonde elas vão nos levar?
Esse lugar valerá a pena?

Eu preciso de verdades
Preciso ser verdadeiro
Eu realmente me importo
Eu me importo, eu me importo, eu me importo.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Apagando

Por que não arder de paixão?

Cigarros acesos e seu isqueiro colorido.
Você gosta de brincar com fogo, baby.
Talvez devesse lembrar que é feita de carne, e eu de gelo.
Posso ter derretido, mas você pode acabar se queimando.

Sem cigarros, água gelada.
Coragem e erros, cometi cometendo.
Quem tem alma não tem calma...
O fogo me fascina, mas em mim evapora.

Faz de conta que é de verdade.
Faz de conta que fará acontecer.
A quem você queria enganar?
Nem raiva, nem culpa, apenas vazio.

Apenas vazio, clichê que indica: para febre, 40 gotas de dipirona

terça-feira, 2 de julho de 2013

Do verbo ser; sendo, sou.

Eu queria correr
Correr o mais rápido que conseguisse
Correr o mais longe possível.
Correr até sentir o pé doer, os joelhos, os calcanhares
Até o fôlego se esvair junto com a energia, junto com as vontades.

Parado eu estou sempre correndo
Com a metodologia, com a antropologia...
Tudo está acontecendo, tudo está em movimento
Tudo ao meu redor corre, corre junto com meus pensamentos rápidos, pesados.
E o meu eu de verdade fica apenas aqui, parado, pequeno, assustado.

às vezes até parece que eu não dou a minima
muita gente acredita que eu simplesmente não me importo
Alguns só conseguem ver frieza
um eterno cálculo mental de quem não sente nada.
e nem sempre estão enganados, costumo ser o reflexo daquilo que você menos quer.

Tão maduro, mas tão inseguro.
Tão seguro, mas tão incerto e desproporcional.
Tão tranquilo, mas tão áspero e distante.
Tão esperto, mas tão, tão bobinho.
Tão...

Constantemente sendo um, mas sempre sendo outro.
Uma pedra devastadora ou uma pedra devastada.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Evidência

Sentimentos também nos tornam grandes, invencíveis e corajosos.
Enfrentamos caras feias e xingamentos apenas para segurar a mão de quem se gosta.
Atravessamos toda uma cidade por um único abraço.
E até abandonamos rotinas para comer pipoca no meio da tarde.

Sentir faz você se perder, assim como você também se encontra em cada esquina.
Todas essas suas memórias, momentos e alegrias guardadas em uma caixa vermelha dentro do armário.
Talvez valha tudo a pena. Talvez o medo seja apenas o termômetro estupido que possuímos pela obsessão pelo eterno, num mundo em que tudo é apenas finito.

E mesmo com toda essa grandiosidade, com essa quantidade de bônus
Eu fico parado com medo
Do ônus, da dor, do não e até do sim.
Medo de me perder, medo de simplesmente perder...
Medo de provar do que é bom e não se encontra no supermercado.
Medo até de respirar

Mas por mais que exista medo, eu sinto
Sinto com todas as forças
Me perco, me encontro, enfrento cara feia, atravesso cidades e abandono rotinas
Ou não faço nada, não digo nada e continuo apenas sentindo, sozinho, com medo.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A ponte

Eu atravessei e cheguei ao outro lado
Será que um dia eu poderei voltar?
Será que ainda existe o caminho de volta?
Talvez a verdade seja essa mesma
Essa de que existe um outro mundo a se explorar
Um mundo todo
Tudo o que eu nunca vi ou vivi.
Um tudo desconhecido

Eu estou aqui, aqui do outro lado.
Ou será que eu apenas parei no meio?
Talvez eu não exista mais no lado em que sempre estive
Talvez eu precise nascer na travessia.
Talvez eu só precise caminhar.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Segunda

Gostei do meu dia com sabor de cajá.
Sem forças e sem remar.
Eu só precisei estar ali
Ali em lugar algum.

Você consegue chegar até lá?
Consegue estar no meio das pessoas
Fazer parte delas
E ser ninguém?

Ninguém relevante
Ninguém conhecido
Ninguém
Apenas alguém.

Saudade do mar
Da maresia no vento grudando no corpo
De estar no meio e sobre a água
De ser sal, de ser proparoxítona.

sábado, 22 de junho de 2013

People help the people

Há dias as formigas tentam entrar no mel
E o pássaro canta canções de outros ventos
Enquanto tudo derrete e espalha pelo chão do quarto
Tanto açúcar. Nem sei mais o que é amargo.
Solidão ou nada?

Acho que não sinto nada.
Talvez o primeiro passo da corrida.
O último a chegar.
Minha alma ama a sua alma
E eu consegui ver o seu rosto.

Tudo tão escuro
E as lembranças que não se tornaram lágrimas
E a chuva que lavou a casa
E o vento que soprou um mar.

Sim, eu segurarei a sua mão quando for
Você é livre.

domingo, 16 de junho de 2013

Buscando pelo paraíso acabará encontrando o demônio em si.

Eu sinto o cheiro da sua curiosidade sobre mim
Buscando e revirando páginas de redes sociais.
Querendo captar cada pensamento e cada gosto.
Assim como sinto o cheiro das suas mentiras
Essas que você costuma contar por aí.
Essas que você prefere não pensar para não se sentir culpado.
Eu sei quem é você.
Não costumo ser enganado por personalidades fraudulentas.
Talvez o seu fascínio tenha a ver com isso
Com o quão verdadeiro eu possa ser.
Você queria ter essa coragem
Mas por enquanto a única coisa que você faz em relação a verdade é admirá-la.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Lacuna

Se lançar ao mar requer mais do que apenas bravura.
É necessário um pouco de irracionalidade, insanidade e eu diria até maldade. 
Enquanto o medo é uma couraça de escuridão que gruda e se espalha por cada parte do nosso corpo,
dominando os sentidos e a nossa mente.
A coragem traz a sensação de liberdade, força e pulsão de vida que todos querem ter. 

Se lançar ao mar com bravura não necessita apenas de um mar para mergulhar.
Mas também de um coração que bate forte, 
de um corpo cheio de sangue quente que percorre pelas veias.
De uma motivação ou apenas de um desejo. 
É preciso gostar do vento, assim como é preciso desapegar.

Estar no mar é como viver.
Viver intensamente todas as cores,
todos os sonhos.
Não se trata exatamente de ver, ouvir ou captar aquilo tudo
Mas sim de sentir com uma intensidade galáctica. 

Lançar-se ao mar é como destruir todas as suas barreiras e bloqueios,
E esquecer os olhos ao seu redor. 

domingo, 9 de junho de 2013

Da cor dos seus olhos castanhos

Do destino desconfio e o questiono.
Quantos desencontros me destes?
O problema sou eu ou você?
Ou o problema somos nós dois que não nos entendemos?
Eu não tenho gostado dos seus planos.
Você não deve gostar das minhas reações.

Acaso é minha explicação.
Carrego nos bolsos pílulas dele
E tomo-as como se fossem remédio para azia e mau humor.
Será que ele não é meu amigo de verdade?

Karma é um círculo de fogo
Sempre que ele surge na minha frente, sinto vontade de me banhar em álcool e atravessá-lo.
Mas meu coração e minha inteligência dizem que não.
Dizem que devo andar na direção contrária.
às vezes ele é o único caminho
ou às vezes é o único caminho que consigo ver.

Acaso é a quantidade de vezes que venho aqui e não consigo dizer o que realmente quero.
Ou seria destino?
Talvez apenas karma.

Rabiscos

Uma tempestade de ideias
Uma tormenta de vontades
Como calcular a força do vento?
Como provocar uma ventania?

Ultrapassando essas pontes frágeis e quase destruídas
Buscando por tudo o que nunca foi vivido.
Querendo ser aceso por dentro.
Querendo atear fogo na dura realidade de sempre.

Existem tantas vidas, tantos lugares
Existem tantos quadros que nunca foram vistos
E tantas energias nunca sentidas.
Voar além do luar e ver o sol nascer em outros horizontes.

Sem saber o que fica e o que vai,
Sem conseguir medir quanto de mim consegue sair junto de mim.
Eu só quero pular do precipício,
abrir minhas asas e voar.

sábado, 8 de junho de 2013

Voo

Uma noite mágica e vários dias de cansaço.
Cobertos pelo céu estrelado.
Os garotos ficaram, com frio, com vento
Movimentos poéticos
e medos anti-éticos, (ou apenas desnecessários)
Tantas bolhas de sentimentos seguindo com o ar
O horizonte negro em silêncio tudo dizia.
E a vida atravessando seus limites de rotina e cotidiano.

Areia seca ou molhada, não se tratava disso
De estar sujo ou limpo
Arrumado ou completamente bagunçado
A verdade ali era sentir, viver cada milissegundo.
E acho que foi exatamente lá que se chegou.
Naqueles momentos em que fechamos os olhos e nos sentimos infinitos.


sexta-feira, 7 de junho de 2013

O senhor que ouvia música clássica

Passara das dez
A casa estava escura e as janelas abertas.
As composições de Chopin ecoavam pelos grandes cômodos
E o senhor estava ali sentado no coração apertado.
Ouvindo cada nota
Pensando em cada desespero, cada dor, cada cansaço.
Lágrimas a conta gota.
Poderia ter dez esperanças em seus bolsos
Mas só possuía desesperança
Marcadamente nietzschiana,
Eloquentemente freudiana.
Todas as linguagens, todos os silêncios, expressos ali
Pelo som do piano, Chopin, Chopin
Perdido e encontrado, entre vazios e desejos.
O que começou bonito, terminou clichê.
Não sou eu e você, eu ou você.
E sim, apenas somos e estamos
Apenas eu que sou e estou...
E o senhor está ali, sentado sobre o coração apertado
Enquanto as composições de Chopin ecoam pelos cômodos.
Ouvindo cada nota e dizendo tudo o que não diz.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

O coração dos que se enxergaram uma única vez

Então eles se conectaram. Como se um cabo de aço invisível ligasse uma alma a outra.
E se enxergaram, se entenderam, se sentiram.
Apenas ali, um em cada lado da rua. Um perto da esquina e o outro perto da escola.
O olhar, dois olhares. Todo aquele sentimento, aquele poder, aquele amor.
Ele poderia tocar o rosto dela
Ela poderia sentí-lo como um anjo que surge de alguma espécie de paraíso.

Foi mais do que tudo que eu posso descrever
Foi mais do que tudo que eu posso conhecer.
Foi completo, infinito.
Foi o momento mais lindo que os dois poderiam viver.
E só durou alguns minutos.
E valeu à pena por uma vida.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Aceitação

Esqueces teus amores
Eles são como o mar agitado
Como as ondas que quebram sobre ti
E te entubam violentamente.

Fecha os olhos e respira

Respira fundo e lentamente
Entende teu papel nesta vida
Desapega, solta, desata os nós
Deixa respirar.
Nossa verdade não se encontra em nenhum outro

Existe um Deus dentro de nós

Que ilumina forte nosso coração
E preenche todos os males com esperança 
E nos socorre das angustias

Feche os olhos, flua, sorria

E siga, caminha para frente.
Abrace-se. 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Lunares

No es verdad mi intuición
Mucho menos mis corazonadas
Tal vez tus palabras no signifiquen nada
Quien puede decir que el sentimiento de ayer es lo mismo que lo de hoy

Tengo que creer solo en mis ideas
Los sueños no son confiables
Y talvez tus ojos nunca estuvieron conmigo.
Nunca caminamos cogidos de la mano
Y mucho menos dimos el primer beso

Talvez el inicio desta historia sea el final de la magia
Y yo tengo que dejar todo para tras.
Mis sueños
Mis fantasías
Mi esperanza con usted

domingo, 26 de maio de 2013

Colagens

Hoje comecei pelo título.
Seriam três textos
Nasceu apenas um.
Coisas do destino [...]

E tudo está fora do nosso controle.
E na tela grande Renato só se conectou comigo uma vez.
E na academia as duas meninas tão autenticas e sem medo de ser quem são de verdade.
E ontem a noite...

E ontem a noite fui esmagado pelas forças da galáxia.
Pelo poder dos Deuses que me apontaram o dedo e disseram
"Não é como você pensa,
não é como você quer,
não é como você esperava que fosse."

E mesmo assim não deixa de ser
Tão belo, tão surpreendente e tão confuso.

Dentro do caos todo o amor... e tantos sentimentos ocultos.
Dentro do caos todo o medo
Misturado, bagunçado e perfeitamente claro.

Então devo acreditar quando minha intuição disser que sim!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

E quem se importa?

Jogo vejo em todo lugar
todo mundo faz.
Sinto falta de honestidade.
De ver aquela pessoa que é ela mesma
E não precisa passar por cima de ninguém.

Enquanto os jogos são sedutores
O amor nasce da verdade
Enquanto o jogo cria a adrenalina
O amor ferve um caldo grosso cheio de alento
Enquanto o jogo desarma e deságua em nervosismos
O amor é justo, fecha em dois, aporta o barco em porto seguro.

"O Sr. dos Jogos" cansou de jogar
Sua melhor carta agora seria amar.
Enquanto todo mundo quer jogar.

Retorno do insustentável

Um peso no coração
E uma tensão nos trapézios
Mente grossa, como se os pensamentos se entrecruzassem de forma bruta
E todas as fraquezas da minha alma se refletissem pelos raios de sol
e até pela luz da lua.
Exposto em feiura
Enquanto o rosto cintila uma beleza inédita.
Talvez falte amor, calma e tranquilidade
Como se a vida não tivesse sentido real
Assim... contando os segundos para a próxima obrigação.
E a marca do amor que nunca se foi
Se expressa nos sonhos que nunca quis ter
O peso aumenta
a tensão também.
E no fim eu queria pelo menos escrever tudo isso em espanhol.

sábado, 18 de maio de 2013

Lejos de me

Sus ojos eran negros
Grandes y vivos
Yo no sabía como mirarlos
Mis dudas eran desconocidas y locas
Yo quería sus miradas
Yo queria ver sus pensamientos
Pero solo existia una distancia vacía
Y yo continuaba allí, queriendo devoralo

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A sexta que nada foi

Algumas noites eu só queria que minha alma congelasse
Virasse uma pedra de gelo 
Enquanto Chopin invadia meu apartamento com suas melodias 

Algumas noites eu só queria parar de pensar
Parar de não sentir
De não saber
De querer saber!

Algumas noites eu apenas não queria
Fosse o que fosse
Qualquer querer.

sábado, 11 de maio de 2013

Algo novo

Fui dominado por todas essas sensações
Como se meu coração tivesse aberto e exposto.
Talvez depois de tanto tempo de proteções
Eles respira livremente
Tão sensível e tão corajoso.
Enxergando todas essas cores e os sentimentos pelas ruas.


Multidões de ninguém

Entre vazios e noites frias. Perdido em solidões.

Dizem que a solidão é a verdade de se sentir só na presença de outros mil.
Acho que as vezes somos solitários acompanhados.
E mais solitários ainda quando buscamos fora da gente uma peça que se encontra dentro de nós, ou simplesmente não se encontra.

E temos esses diversos encontros com o espelho
E essas diversas conversas com estranhos
Quando nós mesmo somos estranhos.
Alheios a nós mesmos.
O que deveríamos encontrar?

Noites frias e vazios
Noite preta e sem lua
O mundo consegue refletir exatamente o que está dentro de nós
E tudo que é diferente causa estranhamento.
O que deveria importar?


sábado, 13 de abril de 2013

O que esperar quando não está esperando?

O gosto amargo da frustração
Lidando com minhas expectativas
Talvez sentindo que todas elas foram enfiadas goela abaixo

O topo mais alto
O baque mais forte.
Você está paralisando enquanto uma bomba explode por dentro.

Todas essas visões, imagens, pessoas, sentimentos, devaneios

Um grito em silêncio
O gelo queimando como fogo
E a realidade.
Tanta realidade.

Como a vida não se movimenta de acordo com nossas correntezas próprias
Se é que que elas existem...

Na noite escura, na tarde quente
Você poderia prever?

sábado, 6 de abril de 2013

Afogando, sempre

Então você anda por caminhos nos quais você não está?

Você enxerga as penas de anjos derramadas pelo chão?

Quantas vidas e verdades isso poderia significar?

Hoje e o amanhã? Amigos ou anti-herói?

Todas essas possibilidades
Todas essas cores
De quantos sorrisos poderíamos dispor?

Talvez fique tão aqui
Na página em branco
E em mim
Que eu nada diga

De todos os sentimentos que eu sinto
Minha paralisia os espera partir
Assim, até o momento em que parece
Parece que nenhum deles existiu.

Então, você anda por caminhos que sequer está?

sexta-feira, 29 de março de 2013

Maria Joana

Fluindo pelo corpo
Flutuando com o vento
Sentindo a brisa
E o toque em slow motion.

O som está alto ou baixo?
Quem poderia reconhecer qualquer coisa.
O que está na frente parece estar atrás.
Será uma metáfora da vida.

Você suga toda aquela fumaça
Contorcendo seus pulmões
Espalhando tudo pela corrente sanguínea
E tudo parece o paraíso.

Quantas cores e sons
Quantas imagens e pensamentos
E por que não sentimentos?
A entidade cannabis.

Você sabe que ela irá embora por muito tempo
Mas não deixa de aproveitar as horas que com ela pode dançar.
Coladinho, rosto no rosto.
Até adormecer.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Um último pensamento

Eu não vou mudar quem eu sou para provar que sirvo para você.
Não vou tentar te convencer de que supero aquilo que você tem.
Não adianta eu me pressionar inteiro para criar essa ilusão.

Eu poderia ter dito o que eu sentia.
Eu poderia ter dito toda a verdade.
Eu fui covarde, mas eu sabia no que isso ia dar.

Talvez tudo tenha ido longe demais.
Eu não sou fã de conflitos
Não gosto de deitar a noite e sentir ansiedade
Nem de acordar atordoado por sentimentos que não esfriaram.
Não tinha que acontecer.

Eu quero alguém que goste de mim como eu sou
E não tenha medo disso.
Goste de mim a ponto de querer ficar comigo.

Então é simples, simples como 2 e 2 são 4.
Você ai.
Eu aqui.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Águas de março

Você é um lixo agora
Amanhã um jardim de flores.
Você cai em esgotos para em seguida lavar-se e recompor-se.

Você pode enlouquecer
Mas não permanecer na loucura para sempre
Ninguém perdura na sanidade durante toda a vida.

As vezes você acorda, as vezes só consegue dormir.
O dia chega ao fim
E horas depois sempre há um recomeço.
Não há dor sem cura
Não há tempo sem fim.

O sonho não termina quando você perde tudo.
Dizem que a maior habilidade do ser humanos é se adaptar
Eu acredito que é renovar-se.
Então... não se preocupe se perder as esperanças
Logo em seguida você as reencontrará.

O amor está por aí, espalhado como o som
Mesmo que demore
Mesmo que pareça não vir

E se liga, menina, ele está dentro de você também.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Prisma

Deixa ir, deixa ir, o que tiver de vir virá.
O sol nascerá amanhã
Deixa ir o pôr do sol
Deixa vir a noite
A luz da lua, deixa vir o céu estrelado.
Somos todos um único cosmo brilhante e louco.
Perdidos
Brilhando
Pelas ruas
Todas as esperanças
Mudanças radicais
Chuvas, secas e inspirações.
Feche seus olhos
Mergulhe fundo
Deixe de ver e sinta...
O som, o sol
O calor de todos os amores.
Então deixa ir, deixa ir, por que o que tiver de vir, com certeza, virá.


segunda-feira, 11 de março de 2013

The shining end

You're beautiful.
Your touch,
your smell
Makes me feel like in heaven.
But you,
you are a shadow.
Came my home and take my breath
So... you goes away.
To far away, so far
I don't want you come back.
I just want remember you
Like a beautiful and sweet short love.

sábado, 9 de março de 2013

Indigestão

Raça ruim!
Digo sem medo.
Não acredito em raças de cor
Eu falo de preferências sexuais.
Estão em toda parte
Criando esses vínculos estranhos e nada humanos.
Viciados, entorpecidos.
Talvez seja a cidade, o estado, a região, o país, sei lá.
Mas as coisas estão erradas por aqui
As pessoas estão erradas
Tudo parece se acinzentar.
E eu vou procurando pelos cantos
Nas esquinas
Debaixo da cama
A esperança
Que se foi e não voltou
Virou pó com ou vento
Ou talvez, possivelmente, tenha virado purpurina.

sábado, 2 de março de 2013

Lama

Inspiração vazia
E palavras se empurrando para sair
O que a gente pensa poderia ser o espelho do que realmente somos...
Dúvidas deixam dúvidas.

Então o que seria o amor?

Percebendo-se na repetição
Conclui-se que tudo é apenas uma imitação
Do que foi dito ontem
Sentido ontem
Vivido anos atrás
Nós estamos sempre desperdiçando nosso tempo
Despedaçando corações alheios
Quando o seu é apenas um monte de vidro quebrado. 
Tudo às vezes é nada.

You can see?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Então... (o que você me diria?)

A verdade é que eu sou somente isso aqui.
Nessas roupas
Com esse cabelo desgranhado e preto
Com esse corpo cheio de imperfeições.
Posso ser capaz de invariáveis surpresas
E breves decepções.

Você consegue ficar aqui e ver o que eu sinto?
Você consegue ficar e me ver?
Você consegue ficar comigo?

Então, eu não tenho jogado jogos.
Eu tenho simplesmente me perdido em meio as inconstâncias.
E você, você não tem estado por aqui. Infelizmente?

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

(O poder do) Silêncio

Eu poderia ser o cara que sempre diz não.
Eu poderia sempre ser o cara que diz não.
Eu sempre poderia ser o cara que diz.
Palavras, apenas palavras, todas elas
De todas as formas
De todos os gostos e tamanhos.
Alucinado, endoidecido... entorpecido.
Eu digo não e não, mas no fundo eu grito sim.
Todos estão aqui enquanto eu não estou.
Não estive em muitos lugares ultimamente. 
Mas eu dancei, dancei conotativamente
dancei denotativamente
Naquele movimento do corpo
Junto com aquelas palavras
E os sentimentos, e pensamentos, que nunca param.
Nada será dito, muito menos não. 
Nada será visto
Tudo sentido.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Teria a razão um coração?

Então para de tentar adivinhar a vida.
Para com essa mania de querer explicação para tudo.
Sentimentos não se explicam, eles apenas devem ser sentidos.
Não se deve olhar para o outro tentando decifrá-lo,
achando que ele vai se revelar e se fazer claro como um conceito teórico.
As coisas simplesmente acontecem
seguem...
A vida segue seu fluxo, seu rumo, desabrocha, murcha.
E nós continuamos aqui, com todas as nossas capacidades.
Um pouco mais velhos, um pouco mais duros.
As vezes um pouco até mais maleável
Mas continuamos aqui.
Vivos, de olhos abertos.
Pelo menos é assim que deveria ser.


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Chronos

O tempo real não tem nada a ver com o tempo das suas vontades ou com o tempo que você determinou para as coisas acontecerem.
O tempo é essa espécie de Deus superpoderoso e fodão, que faz as coisas quando bem entende e age silenciosamente, de forma elegante e calma, ou seja... torturando quem estiver por perto.
Ele faz você suar lentamente, assim como lhe seca lentamente.
Ele corta você e lhe deixa sangrando, e quando achar que é o momento certo fecha sua ferida e cria uma casca sobre ela.
O tempo é um eterno retorno do que foi, do que é, e até do que será.
O tempo corrói sentimentos, os constrói e os destrói.
Transforma pedra em grãos de areia
Faz você crescer, assim como te faz envelhecer.
Estica e enruga sua pele.
O tempo maltrata, o tempo cura.
Você pode gastar todas as suas energias gritando o quanto ele é injusto.
Ou simplesmente aceitar o que ele tem a lhe oferecer.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Os detalhes de um turbilhão

Coisas que desejamos
Não são as coisas que buscamos
E muito menos o que precisamos.
Um novo ano chegou.
Tudo parece tão perdido
Desencontrado
E a cabeça no lugar.
Coração, um espaço de contradições.
Me pergunto sobre os segundos que nos separam
Sobre os detalhes que impedem os encontros
Presos em nossa razão
Movidos e estáticos pelos medos, pelas dúvidas
Por tudo aquilo que queremos ser
E, de fato, não somos.
Talvez as pessoas sejam como músicas
Bela melodia, letra ruim
Cria uma marca em nós, ou simplesmente passa despercebida.
Quem poderia, de verdade, reparar em um olhar?

A última olhada para trás

 Eu ainda amo  Ainda amo e amo ainda Há muito tempo Há muitos anos Há muitas vidas  Eu sinto isso em mim No estômago, no peito, nos olhos No...