quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Divagação sem canção

Parece que cada coisa que eu sinto e penso tem o tamanho de um átomo. E que tenho um monumento enorme preenchido por esses átomos, pra ser dito.
Eu poderia tentar e não seria o bastante, nunca será, nem que eu escreva a minha vida toda.
Eu quero falar sobre só uma coisa, que gera várias outras. Na verdade quero dizer como eu me sinto nessa teia de aranha que fui preso.
Eu me sinto como um observador que espiona o seu vizinho, mas esse vizinho deseja ser observado.
E eu fico esperando um convite para uma visita a casa do lado, e acho que o vizinho fica esperando uma visita minha. Então eu deixo minha janela e vou até sua casa, mas quando saio da minha a casa ao lado não existe, o vizinho não está ali. É estranho.
E como se você fosse separado do seu desejo por um vidro. Como se existisse um vidro inquebrável, indestrutível, como se aquilo que você queria tocar estivesse do outro lado do mundo, seria a mesma sensação de estar na sua frente, atrás do vidro.
Eu queria poder dizer tudo, mas seria como levantar minha porta de aço e deixar minha janela de vidro exposta a qualquer ataque, pedra, rosa...
Eu prefiro ficar aqui, observando, e pensando em como fazer para sair de casa no momento certo e conseguir enxergar a sua, conseguir chegar até o que eu vejo atrás do vidro, na minha frente, do outro lado do mundo, na janela da casa vizinha.

sábado, 8 de novembro de 2008

Lembrança

Praia quase deserta, fim da tarde, terça-feira.
Sunga e areia amarela.
Tranquilidade.

Andou pela areia como se fosse a primeira vez.
Molhou os pés na água salgada do mar como se purificasse suas raízes.
Caminhou calmamente observando o fim do sol daquele dia.

A areia em suas mãos lhe deu uma sensação conhecida, mas diferente.
Não pensou em nada por um momento.
Se esqueceu por um segundo, e só assim foi completamente seu.

Próprio de si!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Observação

Engraçado essa vida e esses vários pontos soltos e unidos que detem posse dela.
Esses são os seres humanos, com seus sentimentos de amor e odio, e suas artes, as vezes sem sensibilidade, mas esses são eles.

Existem pessoas com a capacidade de deixar as coisas tão bonitas de maneiras tão simples.
Essas pessoas eu admiro. Talvez por eu ser pesado, e as vezes até arrastado.

É bom colorir, é bom ver a beleza natural que já veio com o mundo.
Fotografias, gosto dos especialistas nelas.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Tempos

Há exatamente 7 anos, eu estava organizando um halloween. Foi minha melhor festa de aniversário. No dia seguinte, eu teria 13 anos.
Há exatamente 5 anos, eu estava encomendando um bolo de chocolate. Foi meu primeiro porre. No dia seguinte eu teria 15 anos.
Hoje eu não estou planejando nada, nem organizando, nem encomendando... não sei o que será amanhã, mas eu terei 20 anos.
Engraçado como o tempo passa rápido. Lembro, como se estivesse acontecendo agora, do calor que sentia enquanto decorava a casa da Tia Sandra.

O mais estranho de se gravar um video, é assisti-lo anos depois e pensar: "se ele imaginasse por tudo que ia passar."

É, realmente muita coisa aconteceu. E eu fico me perguntando se fiz as coisas certas, se faço. Me pergunto quem sou. Sei que ainda não sou um homem de verdade, e passo longe de uma criança. E daqui há dez anos, quando eu olhar para uma fotografia, o que eu direi dos meus 20 anos? E dos meus 25, 28...
Fico me perguntando se vou me distanciar da tristeza e da frieza que eu vivo em algumas várias paradas.
Fico me perguntado se terei filhos, se me admirarei de verdade, se vou ser um filho melhor.
Fico pensando quem ainda estará vivo, como estarão meus primos que hoje são pequenos, e os meus amigos... será que eles ainda serão?
Respostas que hoje eu realmente não quero ter!

Talvez minha maior vontade seja a de pedir desculpas ao mundo por todos os golpes e erros que desferi contra ele...
E desculpas a mim por todas as vezes que me machuquei machucando quem eu amo.

E a grande verdade é, amanhã não quero ninguém, quero as mensagens, os presentes, mas não para amanhã... amanhã não quero ver seus rostos, só quero ver o sol, o céu...
Quero o meu dia só meu...
E quem sabe no dia seguinte eu agradeça a vocês.

domingo, 2 de novembro de 2008

Verdades, mentiras e um desafio.

Nós realmente não podemos responder o que está acontecendo com o mundo
Nem com nossas cabeças, ou com os nossos corações.
Talvez se pegassemos uma estrada para a explicação e fossemos mapeando cada parte, encontrassemos diversas vegetações como resposta, mas na verdade tudo seria ilusão.
Pode estar acontecendo o azul, e ao mesmo tempo o vermelho... isso seria bem confuso não?

Enquanto meus amigos se perdem em seus enormes espaços, eu vou me perdendo no meu.
Enquanto meus amigos se encontram em seus pequenos saberes, eu vou escrevendo o meu.

A verdade é que A verdade não existe, muito menos a mentira.
Faz tudo parte da tradição, da cultura, da delimitação social.

Quando tudo está ruim por essa terra, acredite, as coisas ficam pior ainda.
Se isso tem recompensa? Claro que sim, você fica mais forte, mais fraco, mais forte, mais fraco... vira uma verdadeira sanfona de sentimentos, defesas e ataques.

Do que você procura se defender? É exatamente isso que você quer atacar!

Então eu fecho os olhos para minha verdade inexistente e digo para mim mesmo: algum dia descobrirei minha mentira, assim me defenderei e saberei onde desferir um dos golpes fatais.
Estou parado perguntando se você irá comigo nessa longa viagem... opa, convite errado, só existe uma passagem.

Corra até a bilheteria e consiga o seu ticket, quero fazer uma aposta: quem descobrirá a mentira da vida primeiro?

sábado, 1 de novembro de 2008

...

Talvez a raiz disso tudo seja o amor
Você poderia me confirmar isso?
Pois Eu não posso.

A última olhada para trás

 Eu ainda amo  Ainda amo e amo ainda Há muito tempo Há muitos anos Há muitas vidas  Eu sinto isso em mim No estômago, no peito, nos olhos No...