sábado, 26 de maio de 2012

Até as estrelas queimam e eu ainda estou olhando para cima

Não vou deixar meu corpo me sabotar.
Não dessa vez. 
Não vou me perder no meio dessas aventuras. 
Todos esses momentos que tem acontecido.
Gentileza
Carinho
Docilidade...
Isso não merece ser perdido, isso não merece ser deixado.
Isso merece toda a honra e toda a conservação possível. 
Não posso controlar meu pensamento e os caminhos que minha mente costuma seguir,
mas esse é o momento definitivo
 esse é o momento definidor.
Voltei todo o caminho, cheguei finalmente na linha que um dia me dividiu
Eu realmente não sou mais aquele tipo errado de cara certo. 
É a hora de decidir, de saber o que eu realmente quero.
A prova de fogo, 
a última volta, 
o fim do circuito, 
o encerramento.
Não só quero estar pronto, estou pronto. 
Dessa vez serei protetor, vou ser aquele que fica.  

Aconteça o que acontecer não vou esquecer aqueles olhos.  

domingo, 20 de maio de 2012

Maneira

Toda rua tem buracos
Toda peça tem encaixe
Toda engrenagem faz ou fez algo funcionar.

Qual o seu lugar nesse mundo?
Você já pensou qual o seu lugar em você mesmo?
Quem é você para você? Que máscara você usa? Quais máscaras são necessárias para você ser quem você quer ser?

Mentiras e verdades
O certo e o errado
Preto no branco. Será que esses números realmente calçam você confortavelmente?

Acorde, beba o seu café bem quente e forte.
Desperte e enxergue você sem olhar o espelho
Enxergue o mundo fora da janela, embaixo, debaixo, encima, acima.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Frames

Sua vida é um cartão postal
A minha uma figura
Quantas fotografias usaremos para tentar ser feliz.

Eu sorrio
Você sorri
O que significa para nós.

Em paredes de concretos que explodem
Em velocidades alternadas e lentas
Nos topamos ao acaso do destino

Veja o flash
Enquadre-se
Assim acontece na rua que costumamos passar

domingo, 13 de maio de 2012

numeral-musical-sacal

um dois três
um dois três
quem são vocês

um dois três
um dois três
sussurro a vocês

um dois três
um dois três
seu perfume mais uma vez

um dois três
um dois três
me reparto de vez

um dois três
um dois três
me refaço outra vez

um dois três
um dois três
nunca por vocês

um
dois
três?

Pedro Pedra

Eu percebo os ciclos da minha vida
As bagagens
A quantidade de lixo que eu carrego na bolsa
Tudo que levo nos bolsos!

Eu escuto essas músicas repetidas vezes
Eu penso nessas pessoas todos os dias
Eu me faço as mesmas perguntas
Eu escrevo coisas diferentes sempre querendo dizer o mesmo.

Os padrões da minha vida
As fotos em perspectiva
Os fatos sublinhados
Os amores esquecidos

As lágrimas que secaram
Os grãos de areia que viraram
E as pedras que surgiram
E tudo vai e vem, vai e vem, vai e vem.

Céu sem luar

Quem sou eu para achar que sei de alguma coisa quando vivo em um universo com bilhões de astros em uma imensidão devastadora. Se sou apenas uma formiga que não consegue carregar um torrão de açúcar.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Minha antropologia

Eu sou arisco
Selvagem
Animal indomável, animal!
Eu ataco
Rosno
Arranho
E faço doer.
Mas não sou mau
Sou medíocre...
Fracote, frangote.

Tantas vezes me condenei a dor de me culpar
Me julguei após me subjugar.
Que culpa eu tenho de não saber qual caminho quero seguir?
Que culpa tenho eu do atraso da vida em me mostrar o que eu realmente quero?

Alucinando
Alucinado
Eu quero todas as coisas do mundo
Quero abraçar, desbravar, me perder, deixar pra lá.

Na insustentável leveza do ser, de ser, fujo de encontrar o peso.
Ir ou estar?

Parece tudo complicado, mas são coisas simples
Como o que arde cura, o que aperta segura
ou até o que resiste persiste.

Talvez, no âmago da minha verdade, eu só prefira correr pelado numa noite de chuva
Ao invés de ficar em casa, seguro e com vontade de chorar de dor, de amor.
Talvez, tristemente posso dizer, eu tenha muito medo de sentir o que sempre me feriu.

Minha covardia prefere sonhar a viver,
Mentir a sentir,
Não escolher a ter.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Escultura de areia ao vento dos dias

Esqueço de lembrar
Esqueço de esquecer

Esqueço de deixar passar
Esqueço de deixar vir

Esqueço o que aprendi nos livros,
mas nunca esqueço o que ouvi nas músicas.

Esqueço de mim
Esqueço até mesmo de você

Esqueço para depois lembrar, para depois sonhar

sábado, 5 de maio de 2012

Fosco

O que está atrás da porta?
O que você quer que esteja?
O que não é desconhecido antes de se conhecer?
Você brinca de sentir
De saber.
Você acredita intuir.
Mas existe alguma verdade na capacidade do oculto?
Será esse o segredo da mágica?
Da prévia da excitação?
A verdade é que a plateia fica ansiosa antes que as cortinas se abram.
Ela sempre imagina o que está por vir, o que está a acontecer por detrás da grossas e vermelhas cortinas.
Então quando o espetáculo acaba a platéia vai embora, um a um, carregando um contentamento ou uma frustração amarga.
"Você consegue me entender, garotinho?"

A última olhada para trás

 Eu ainda amo  Ainda amo e amo ainda Há muito tempo Há muitos anos Há muitas vidas  Eu sinto isso em mim No estômago, no peito, nos olhos No...