terça-feira, 13 de outubro de 2020

flores

 fujo das possibilidades de amor

fujo da oportunidade de amar

quase como se existisse um pavor de que algo pudesse me fazer voltar a sentir profundamente como antes

imagino de quantas balas mais me esquivarei

ileso como quem quase foi pego no trilho do trem

com o suor pingando

o coração quase experimentando uma taquicardia

...

munições surpresas da vida

eu, matrix, tentando fugir

como se houvesse um outro lugar que esse corpo material pudesse testar


assim me vou ao mar

sem amar

e com ar

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

outra vez sobre amor

marcado pelo sonho de amar
me perco na confusão de ser iludido pelos livros, filmes e músicas
na confusão das minhas próprias poesias internas
do meu romantismo adormecido

é que o amor não é mais o que era antes
quando eu não sabia me amar
é que o amor não é mais o dono da razão
o amor não é mais sem limites e sem medidas

é que agora eu nem sei se sei realmente o que é

e "se perguntar o que o amor pra mim
não sei entender, não explicar"
é que fico me questionando se um dia volto a amar
a apaixonar
a voar...

domingo, 5 de janeiro de 2020

desértico

A solidão me invade, me consume
E eu tento entender se realmente me importo
Depois de tantas pancadas
Depois de estilhaçar tantas paredes de vidro
Me sinto forte, mas não amargo

É que alguns dias estamos no topo do mundo
E depois no bueiro mais profundo

Nem sempre a vida é sobre emergir ou renascer
As vezes é respeitar o fluxo
Segui tranquilamente em meio ao nada, ao vazio, ao deserto

A última olhada para trás

 Eu ainda amo  Ainda amo e amo ainda Há muito tempo Há muitos anos Há muitas vidas  Eu sinto isso em mim No estômago, no peito, nos olhos No...