terça-feira, 31 de março de 2015

Esconde-esconde

Algo em mim não se desprende, não solta, não larga.
Talvez eu siga segurando meu antigo eu enquanto caminho.
Carregando tudo aquilo em mim que está morto, que apenas fornece peso.
Talvez eu tenha medo de sentir o verdadeiro vazio.
Tenha medo de identificar os espaços despoluídos e vagos.

Carrego até as tristezas que já não sinto mais.
Meu eu melancólico, destrutivo, o que não sou mais.
Tudo por ainda não conseguir me reconhecer.
Preciso desapegar do que não me liberta,
preciso desapegar de mim e apenas voar como o tempo, com o tempo.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Molecagem

Um brinde a tudo isso que me sufoca.
Um brinde a esses príncipes que não passam de chatos que vivem dando no meu saco.
Um brinde aos erros e a depressão.

Um saco cheio de mazelas
E um peito aberto de esperança.
Eu canto, eu danço, eu não pretendo parar.

A infância está aqui, junto com a verdade e tudo o que não sei.
Talvez eu escreva, mas não saiba amar.
Mas existe hoje, haverá o amanhã, existirá tempo.

domingo, 22 de março de 2015

Manhã de domingo

Ceú azul limpo.
E as nuvens brancas como a neve.
Eu só poderia sorrir.

Às vezes penso em você,
mas às vezes é tão pouco.
Não machuca, não consome.

O dia está lindo.
Eu só poderia sorrir.
Por você e por mim.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Contorcido

Me perguntei dezenas de vezes em apenas um dia: sou apaixonado por você?

O que eu sinto por você?
O que eu sinto por você?
O que eu sinto por você?

Não sei se me sinto na obrigação de encontrar essa resposta mais por mim ou por você.
Por quê eu sei que sinto alguma coisa, e não é algo que precise ser menosprezado da forma que você faz.
Mas não sei se esse algo é suficiente para colocar os objetos na casa assim como você faz.
Entre quem nós dois somos existe um abismo fatal.
Entre querer e viver algo existe uma quantidade de forças opostas indescritíveis,
Minha dúvida me põe em cheque.
Minha dúvida me atira as incertezas.
De um lado tem você que sempre diz saber o que quer. Uma desculpa que você inventou para si mesmo.
Do outro lado, mais obscuro, existe eu, sem nunca saber do que sou capaz quando se trata do que sinto. Uma desculpa que eu sempre invento para mim?

Tudo isso na minha cabeça é demais para você aceitar e lidar.
Tudo isso que você pensa é demais para mim.

Atrapalhado

A solidão  que sinto me corrói como a fome, juntas, madrugada de sábado, esperando o domingo.

A solidão que sinto é consciente de cada escolha que fiz, de cada isolamento, reclusão. De cada pessoa que escolhi afastar, de cada momento que eu me afastei.

A solidão que corrói, mas não faz arrependimento aparecer.
Essa solidão que me faz pensar em vida em stand by ou apenas em uma nova vida que não aprendi ainda a viver.

Regras desconhecidas de solidão já batida.
Medo do escuro, do silêncio.
Sem movimentos, apenas pausa.

Água para beber. Apenas água, camarada.

sexta-feira, 13 de março de 2015

individualISMO à lá carte

EgoISMO
Grande ego
Golpe no amor
Tantos corpos soltos
Apertados nos espaços de luta
Por prazer, por sobrevivência
Por dominação
AntropocentrISMO

Filosofia. Psicologia. Sociologia.
Biologia. Astrologia. Antropologia.
Quem pode dizer onde esta a felicidade.
Tanta gia, tantos logos.
Pensando, existindo.
Pensando em si e limitado pelo espelho.

Uma nova notificação por segundo.
A nossa modernidade.
Nossa distância, realidade
A nossa morte.

A última olhada para trás

 Eu ainda amo  Ainda amo e amo ainda Há muito tempo Há muitos anos Há muitas vidas  Eu sinto isso em mim No estômago, no peito, nos olhos No...