terça-feira, 27 de agosto de 2013

Sétimo

Nos meus braços cabe quem eu quiser
E no meu rádio toca o disco que eu quiser
O que você tem com isso, senhora?

Sim, porque minhas verdades não escondo de ninguém.
E tanto tempo se passou até que eu fosse quem eu realmente sou.
Não me lance esse olhar, seu desprezo ou seu asco em mim não causam coisa alguma.

Amo quem quiser
Deito com quem quiser
Digo sim quando quiser, grito não igualmente
Eu decido, eu resolvo, dou meu jeito, me dou.

Corro quando achar que devo, ando também
E no meu rádio, ah, nesse... só roda o que eu quiser.
E ocupe-se de você, ocupe-se em crescer
Tenha coragem de ser mais como eu e também de me esquecer.

domingo, 25 de agosto de 2013

Sem ápice

A vida é como um vidro de carro.
Constantemente sujo...
Vidro que embaça, que empata a visão na tempestade
Onde a poeira gruda
Vidro que precisa ser limpo.
Limita nosso campo visual.
Mas está sempre ali
Nos permitindo ver através das situações adversas.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Sim, apenas sim

Aceitação deve ser o sentimento mais materno do ser humano
Ele nos faz padecer no paraíso.
Aceitação se trata de lidar com os odores e as dores sem fazer careta.
Como aceitar o sabor amargo do limão
Ou o sabor adstringente do sexo.
Ou até sentir o sangue quente escorrer por um corte.

Aceitação é abraçar o medo e não tremer.
Como um quarto branco manchado
ou uma rosa sem pétalas
um cachorro vira lata.
Aceitação é perdoar o tapa, a palavra dura.
O que era para ser e nunca foi.
O quase que deixou de existir.

sábado, 17 de agosto de 2013

Síntese

Alguns dizem que vão ficar e se vão.
Alguns não dizem nada e continuam aqui.
Quem poderia supor?

Detesto os dois cigarros que fumo na balada.
Detesto o par de cerveja que costumo beber.
Detesto quando fico indeciso, quando não danço.
Talvez se eu me perdesse na fumaça.
Talvez se eu tivesse coragem de mergulhar dentro do seu coração.
Ou se eu apenas me afogassem num copo de chopp.

Desejos transformados em efemeridades.
Paixões que atropelam o tempo e escorrem até evaporarem.
Músicas que se repetem em ciclos disformes.
Sua sombra fosca que me persegue.

Detesto quando detesto.
E a mesma música segue sem parar.
Você me manteria aquecido se tivesse coragem de mergulhar no meu coração?
O calor que me falta, em ti nem existe.
E a mesma música
E os que ficam...
E os que se vão...

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Sentimental/Sepulcral

Você queria ser livre e eu queria uma companhia.
Você queria alguém do jeito que você nunca teve coragem de ser.
Eu queria alguém que conseguisse me encontrar.
Nossas mentes se completavam, criamos uma amizade secreta, embriagada.
Amizade que não vinha a tona sob os olhares alheios.
Amizade tão forte e verdadeira, tão apaixonada que nem sabíamos mais se eramos apenas amigos.
Você estava ali, eu estava ali, sem cálculos.
Tínhamos nos encontrado
Como na primeira vez que nos vimos, demos as mãos para atravessar a rua
Nos reconhecemos, pertencíamos um ao outro.
Não desse jeito lógico e contratual que os casais vivem por aí
Não fomos, nem seremos, um.
Mas sim como algo que foge das explicações racionais, como uma energia do universo.
Então, eu me perdi em você tão feio que precisei ir.
E é triste, hoje, ver as verdades sobre nosso amor.
Já não sei onde você está.
Só sei que não existe nós dois em lugar algum.
Não voltaria no tempo, como um rio corre para o mar, as coisas acontecem como tem de ser.
Mas eu rezo, peço aos deuses, que nós deem outra chance, que me deem outra chance para te ver.
Que nos encontremos e celebremos o encontro,
que voltemos a nos reconhecer.
Por quê sim, eu amo a sua alma.

Sete segundos

Detalhes podem mudar sua vida para sempre.
Detalhes fazem com que algo aconteça ou não.
Com você, com quem está ao seu redor.
É tudo questão de segundos, às vezes depende de uma única escolha
Um último pulo, ou até o primeiro.

Pequenos detalhes podem fazer um mundo desabar...
Ou criar uma nova dimensão.
Nós sempre temos essas portas diante de nossos olhos
Portas que nem sempre estão trancadas
E que nem sempre precisam de ajuda para se abrirem.
É curioso como existe todo o potencial para o que é bom e o que é ruim
Basta estar vivo, sair de casa, respirar...

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Season Change

Sim, tudo muda o tempo todo no mundo.
A vida gira, salta, dá cambalhota.
E não se engane, você sempre está no centro da tempestade.
Alguns voam como se pulassem de paraquedas
Outros surfam no vento e até conseguem dançar no caos.
E tem os que se perdem, sentem o estômago embrulhar, agarram o próprio corpo para controlar o medo.
E essa história é conhecida, o medo domina, te possui e faz você enlouquecer.

Esquecendo o medo, esquecendo que você é um grão de areia no turbilhão
Como aprender a fazer arte no meio disso tudo?
Como dançar no olho do furacão?
Esse é o grande desafio.
Se tudo muda, se o caos é o grande mestre, se estamos perdidos dentro deles...
Então eu quero ser artista. E pra quê temer? As estações estão sempre mudando.
O vento traz o velho, mas também traz o novo.

A última olhada para trás

 Eu ainda amo  Ainda amo e amo ainda Há muito tempo Há muitos anos Há muitas vidas  Eu sinto isso em mim No estômago, no peito, nos olhos No...