terça-feira, 29 de abril de 2014

Ecdise

O fim está próximo
E , como já disse antes, o que é o fim se não recomeço?
Todo esse impeto e força
Como estar no volante em alta velocidade.
O vento bate e você aprende a apreciar o céu
Cheio de uma inesgotável beleza.

O fim está próximo
E assim as novas oportunidades e as novas ideias
Os novos rostos, as novas almas...
Estamos vivos em meio a milhões de estrelas.

Tudo brilha, tudo queima como fogo.
Enxergue os campos abertos, corra e sinta,
largue seus medos, abandone o que te pesa
Abrace seus instintos mais gentis

Assim como as fases da lua,
às vezes somos insustentáveis,
às vezes somos só leveza.

domingo, 27 de abril de 2014

Sombras

O mundo violento e a lágrima que escorre.
Palavras cortantes como um fio de navalha.
E o sangue vermelho que vai perdendo seu calor.
Todas essas vidas e todas essas almas...
Caminhando sem direção para um destino desconhecido.

Seus abraços quentes e cheios de esperanças
Em meio a luz que desvanece em penumbra
A chegada da escuridão, dos fantasmas e demônios.
Somos humanos, somos culpados.
A face cheia de vergonha e pecados,
e os olhos negros que escondem toda a verdade.

Como a maioria das histórias que não chegam a lugar algum.
Como o palhaço triste que já não faz mais rir.
Como o dia quente e seco que paralisa os corações.
Rostos e sentimentos dilacerados.
E os suspiros angustiados, sedentos por leveza.

Diga adeus, meu amigo.
Apenas diga adeus e não olhe para trás.
Com espinhos sob os pés.
E o suave perfume das rosas.
Quem diria...

sábado, 26 de abril de 2014

Svadhyaya

Existe um grande desafio na yoga, lidar com seu corpo.
Seu próprio e preguiçoso corpo, confortável e cheio de limitações do tempo.
Tudo que ali estava parado, tudo em você que nunca havia sido desafiado
Contestado, espremido e contraído, agora está em plena atividade.   
São longos os percalços e dificuldades em que o corpo precisa passar
Assimilar e principalmente, superar. 

Isso tudo mostra o quão simples e fácil é encontrar o paralelo entre um ássana perfeito e a vida.
Para encontrar o equilíbrio e a força, precisamos aceitar o desafio, e principalmente trabalhar para superá-los.
Precisamos sentir a pressão, a dor, a torção.
Precisamos nos distanciar da preguiça, das barreiras, da voz que grita "não vou conseguir".
Só assim a vida se equilibra, encontra estabilidade, firmeza. 
Só assim a vida se torna yoga. 


segunda-feira, 21 de abril de 2014

Emergindo

Meu coração pode ser um profundo, frio e solitário oceano
Suas batidas como ondas, 
as vezes calmas, outras violentas.
Todo aquele som, toda aquela água.

Sigo salgado, mesmo diante do dessabor visceral que paira. 
E também sou navegante de mim mesmo
Enfrento sozinho as marés 
Luto contra os encalços e sobrevivo a nado. 

Então... assim como no mar
vou seguindo pelo meu coração
Passando cada dor
Arpando em alto mar, se deixando levar.

domingo, 13 de abril de 2014

Cores ao vento

Toda e qualquer preocupação é dispensável.
Temos todo o tempo do mundo para entender esse viver,
Sacar as cores e as formas e os modos de movimentação
Do que está ao redor, dos que estão ao cerco, no círculo. 

Tudo isso é cíclico, assim como disforme, abstrato.
Não se trata de uma grande revelação, é mais sobre como lidar com os opostos
Entender a dualidade que é marca essencial da existência. 
E eu não me preocupo com o tempo sem, com a falta.
"Perder vazio é empobrecer."

Não quero saber de jogos, não quero novidades efêmeras
Que apenas alimentam a obsessão pelo o que não é verdadeiro.
Eu aguardo, eu aprendo a esperar e assim vou me aprendendo.
Paciência é lei, não basta aceitar, é necessário realmente vivê-la.
E quem sabe então, surja o que se deseja, belo, vívido e cintilante.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Amor... ops, Abril

Amor não vivido, amor escondido.
Amor incompleto, irrealizado.
Amor feto.
Amor amarrado, enterrado.

Tudo isso energia,
tudo isso argila ao escultor.
Tudo isso gira,
tudo isso perde o seu valor.

Amor, quase, clichê, banal.
Sentimentos que se esvaem solitários.
Peça exibida para um.
Olhos vendados, folhas ao chão.

E o vento que sopra...
expiração, Inspiração.
Abraços partidos, amores brutos.
E o fim do começo não é sempre o recomeço?

A última olhada para trás

 Eu ainda amo  Ainda amo e amo ainda Há muito tempo Há muitos anos Há muitas vidas  Eu sinto isso em mim No estômago, no peito, nos olhos No...