Hoje sou água da chuva, vou com o vento
Voou com o vento que me bate, me assola, me espanca, mas me leva
Me leva, mas tão leve
O mundo em minhas mãos é mais fácil
Eu dormi deus e amanheci mortal
Por que viver de ilusão é mais fácil
É difícil sentir a realidade
E a procura não tem fim
Mas o que é que eu procuro afinal?
Uma porta pro infinito, o irreal, o que não pode ser dito.
Um homem em busca de mais ou de paz?
Estrelas que brilham, estrela que brilha sozinha no céu.
Como se representasse minha solidão.
Fria e distante, como o reflexo da casca no espelho
Espelho partido pelos olhos de mel, que enxergam através...
Assim, dessa forma complexa, confusa, enlouquecida
Caio no mar, aglutino-me a ele, como se sempre fizesse parte dali
Vejo o mar, vejo o brilho do sol nascendo
Querendo renascer
Evaporo e volto as nuvens...
Então... de repente, o avião decola
Meus olhos de nuvem precipitam, chovendo por todo o rosto...
Vou com o vento, a água de sal que sai de mim se esvai
E nada tem fim, mesmo acabando.
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