domingo, 26 de julho de 2015

Sou do tempo que nos falávamos por telefone deitados numa rede

Pelo quarto limpo e arrumado eu podia imaginar minha cueca azul
O cheiro de ovomaltine
E os farelos de ninho que não existiram ali.
A música parecia um jazz, ou um soul.
Mas nada daquilo extravassou o desejo espaço-temporal.

Naqueles olhos que se encontravam
E no sorriso que não dizia
Meia dúzias de coisas que poderiam ser...
E não foram.
E tudo se transformou em palavras ditas, destruindo-se

Destruiu-se o encanto
Assim como as vontades
O gozo antecipado também não existiu
Mas se tornou tão explicito.
Não foi

Não
Foi

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