Lembro o último filme que vimos juntos.
Primeira fila, a bússola de ouro.
Incomodados com a tela próxima, nos divertimos, como sempre.
Lembro a última vez que você foi a minha casa
Dormiu no quarto ao lado, ouvi os barulhos escusos
Vergonha alheia, mas nada que prejudicasse nossa intimidade.
Lembro da última vez que estive na sua casa
Como sempre ia embora pela madrugada
Descia descalço pelo elevador, os pés sujos no carro, a sensação de satisfação.
Lembro a última conversa pelo telefone
Sua frieza, mas no fundo os sinais de que ainda se importava.
Depois disso só silêncio e cumprimentos regados pelos bons costumes.
Tantos amigos que se vão.
Tantas pessoas que chegam.
Ninguém é insubstituível, cada um com seu valor e espaço.
Tantos amigos que ficaram.
Corações de ouro lapidados.
Ninguém vive para sempre no passado.
Lembro sempre de vocês, até quando esqueço.
segunda-feira, 10 de março de 2014
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