quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Palpitações

que gira, que gira e para
que inquieta, que inquieta e aquieta
que grita, que grita em silêncios

silêncios crus, silêncios nus
de palpitações, precipitações, soluções
do tempo que passa, do fogo que queima, da marca que deixa

vítimas e culpados, tocados, mexidos
deixados de lado, entrelaçados
vítima de mim, vítima de você

quando a porta se abre e você entra, quando a porta se abre e ali estou eu. Tenho medo até de pronunciar o que penso, tenho medo até de não ter medo de nada.

efervescências no peito, queimação do estômago
quando eu me for, onde será que estarei, chegarei, ficarei
quando você se for, o quão longe estará?

e tudo isso por fugir do instante presente, de recusar o presente dado, de evitar o pensamento de que possa estar, possa acontecer, ser. Tudo isso por sentir em demasia o que não recordava-se então. 

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