sábado, 30 de julho de 2016

Instáveis

Essa lei do eterno retorno
Mente nietzschiana gritando
Em um corpo em espasmos.

E não tem nada a ver com ninguém
É meu, é em mim, sou eu.

Poderia correr 10km com a adrenalina
Ou passar três dias inteiros sem sair da cama
E aqui estou eu, repetindo ciclos
Vivenciando a grande frase de Chico
Tudo passa

E isso, ah, isso com certeza também passa.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Thinking of you

eu escrevo sobre você
esse é o grande sinal
eu escrevo sobre você
porque você é o meu eclipse

raio de sol com várias cores
muitos tons de âmbar
cheio de brilho
quente como o sol

e isso me enlouquece
ou talvez só me deixe inquieto por dentro
no melhor estilo Rose DeWitt Bukater
Brando, ameno e comportado por fora, mas por dentro correndo até a proa do navio

E você me olha e fala que o mar é cheio de peixes
E eu penso que deveria mergulhar ali então
Mas quando vem um outro gosto, eu lembro do seu

Eu nem sei como isso soa
Mas sei que não é simples
É labiríntico
Estamos presos
E só vai piorar. 

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Sobre Esperanças

Lembro de um presente que ganhei quando criança
Era meu aniversário de sete ou oito anos
Uma fita K7 de uma dessas bandinhas famosas na época
Não lembro de nenhum outro presente daquele ano
Apenas esse.

A fita era amarelinha, comprada na feira
E todas as músicas falavam sobre sonhos, amor
E sobre ser criança com um mundo de sentimentos
Fazia parte de um universo de inocência
De amor, cuidado, brincadeiras e fantasias

Vinte anos depois, estou deitado na cama
Ouvindo aquelas músicas em um app de layout obscuro e adulto
E com um sorriso no rosto de sentir, depois de tantos tempos amargos, uma inocência crescente dentro de mim
Como se voltasse a ser aquele menino ingênuo e tão amoroso
Como se a partir de agora eu pudesse ser qualquer coisa mais uma vez


segunda-feira, 18 de julho de 2016

O balançar da Gaivota

Não sei
mas por um momento, em algum momento, eu não era eu
Algo no olhar, algo em mim que não era meu
Não me reconheci
Algo que aconteceu e sequer percebi
Eu também não era você, mas era outro

Espelho quebrado ou um novo espelho
Refletindo algo de desconhecido em mim
Um outro rosto, mais torto
uma outra pele, um outro gozo

Pensei na minha mãe, como forma de me apegar ao que sempre fui
como uma maneira de encontrar o familiar
Mas nem família resolveu
Não fui eu

E fiquei parado, ouvindo a música nunca tocada antes
Apenas respirei e não senti absolutamente nada
Foi meu fim.

sábado, 16 de julho de 2016

Um céu azul

E quando se é luz, não se pode escapar de ser também escuridão
E assim aprende-se a dosar
E se chora pelos sonhos que se foram
E sorri por todos os caminhos a seguir
E sente os acasos da vida
E enlouquece dentro do quarto
E observa a lua
E a lua te observa de volta

O momento

Sonhei que abraçava uma amiga antiga
Abraço sincero, caloroso, desses que você ama

Acordei e a minha primeira música foi da Corinne
Por pensar que todos os dias são uma aventura nossa
Que a vida se define mais na forma em que a enxergamos

Eu percebo as culpas em mim e as deixo escorrer
Como algo que não faz parte de mim
Minha liberdade só quer alegria, mesmo na dor
Não tenho um coração flexível, ele existe apenas para ser partido
E tudo isso me faz aprendiz

Com alegria eu ouço todas essas coisas ao redor
Todos esses pensamentos e opiniões diferentes dos meus
E só sorrio, afinal de contar, essa é a selva dos deuses

E sempre vai existir, na esquina da vida ou do sonho, um caloroso abraço de um velho amigo

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Amanhecer

Escrevo sobre horas que passam e horas que se vão
No céu tudo parece belo e arrebatador
E a dor? Se foi?
Se esvaiu por algum buraco na terra, se espalhando pelo universo.

E agora eu estou aqui, vendo a vida passar, parado, com tranquilidade
Observo atentamente tudo em meu peito, meus sobressalto, as crianças na rua, as pessoas apressadas
As vezes fecho os olhos e apenas sorrio
Da mágica de tudo isso, dos acasos, descasos e de como as coisas precisaram acontecer

Meia-noite quando as águas são mais escuras
Vejo o reflexo das estrelas na água refletidos de volta ao céu
Assim é minha vida.




terça-feira, 12 de julho de 2016

Deixa o Verão

Que coisa mais louca
Que louco é você
Que loucura eu faço
Somos loucos e você sequer sabia

Deixamos o verão ou mergulhamos nele
Assim, fácil...
que medo silencioso, geladinho, que não existe
Eu, chique-à-vontade, você, cuidadoso-preocupado
Eu escrevendo linhas e linhas, de cenas, de falas, de sala de ensaio sem luz
Você pilotando aeronaves

Que loucos nós dois somos
E você nem sabia que era louco, ou eu nunca soube
e nem sabia quem eu era
Em tantos anos, tantos mesmo

Como uma baladinha gostosa de ouvir
E um drink gelado sem álcool
Nesses olhares sóbrios e profundos
Nesses olhos cor de âmbar
Nem fujo... apenas boio sobre a água, sendo o que eu realmente sou

sábado, 9 de julho de 2016

Verde Afrodisíaco

Diga o que você sente
Diga o que você sente
Diga o que você sente
Por favor, diga o que você sente

Antes que meu estômago se afogue em ácido
Antes que essas quatro paredes me esmaguem sem uma porta de saída
Antes que eu destrua minha garganta em canções
Antes que o dia escureça mais vez

Não sinta medo de mim
Não sinta medo de mim
Por favor, não sinta

Vejo aquele rio. Você também o vê?
Vamos, me dê sua mão. Pulemos!
E enquanto eu corro sem minhas roupas
Você corre pelas suas
E enquanto sua risada corta minha audição
Eu quero apenas tudo isso que parece com o vento

Sem violência adentraremos todo esse verde ao redor
Você pode sentir os mosquitos.
Mas não se preocupe, da base ao topo eu estarei lá.
Estarei até não estar mais.

Luzes apagam com um sorriso.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

So we walk alone (ou O que eu pediria a você?)

De braços abertos, só podemos olhar para frente
Hoje, nesse dia quente, nessa noite escura
Buscando as estrelas no meio das centenas de luzes espalhadas pela cidade.
Viva, viva, viva
E quando der vontade de chorar, chore, grite e soque o travesseiro.

Nada, nada irá mudar o passado.
Não saberemos do futuro antes dele se tornar o presente.
Uma parte de mim se foi, mesmo sendo tão bem-vinda
Todo o resto continua aqui em mim
Outro outra vez, aprendendo a ser outra vez

E o amor no cérebro habita agora apenas o coração
E o sofrimento que percorre as veias desaparece a cada expiração
E eu só quero muito dançar e brincar por aí com todos esses rostos que eu tanto amo

O melhor jardineiro para nosso jardim, é aquele que realmente ama sentir a terra nas mãos
Ama suas próprias plantas e cuida de tudo aquilo desde a semente mais bruta até flor mais sensível.
De braços abertos, só podemos olhar para frente.
Olhe para frente.

A última olhada para trás

 Eu ainda amo  Ainda amo e amo ainda Há muito tempo Há muitos anos Há muitas vidas  Eu sinto isso em mim No estômago, no peito, nos olhos No...