segunda-feira, 18 de julho de 2016

O balançar da Gaivota

Não sei
mas por um momento, em algum momento, eu não era eu
Algo no olhar, algo em mim que não era meu
Não me reconheci
Algo que aconteceu e sequer percebi
Eu também não era você, mas era outro

Espelho quebrado ou um novo espelho
Refletindo algo de desconhecido em mim
Um outro rosto, mais torto
uma outra pele, um outro gozo

Pensei na minha mãe, como forma de me apegar ao que sempre fui
como uma maneira de encontrar o familiar
Mas nem família resolveu
Não fui eu

E fiquei parado, ouvindo a música nunca tocada antes
Apenas respirei e não senti absolutamente nada
Foi meu fim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A última olhada para trás

 Eu ainda amo  Ainda amo e amo ainda Há muito tempo Há muitos anos Há muitas vidas  Eu sinto isso em mim No estômago, no peito, nos olhos No...