"Um filme sobre ela seria feito, e a descrição era simples: no colegial era a mais popular, bonita, presidente do comite escolar. Se algum cara lhe interessava, ela o conseguia, mesmo tendo de aparecer pelada no banco de trás. Roupas sexys, sexo e beleza. Ah, essa era ela. Depois ela enxergou o mundo e lhe disseram que ela um dia o mudaria. Ela era de fato linda, de fato sexy, mas sua bondade e seu jeito infantil haviam superado tudo aquilo. O desejo do amor, o desejo de ter algo seu, e ser algo importante a haviam dominado. Assim ela sorriu com lágrimas nos olhos com o fim da descrição: engraçada, inteligente, forte, bondosa, complicada e perfeita, maternal, infantil, durona, sensivel, linda. Bem melhor que no colégio."
Quando você olha para mim e pensa nessa pedra, nessa fortaleza, os meus medos ficam escondidos.
"Esse menino tem pulso."
"Olha como ele é forte."
" Não vale nada e não se importa com os sentimentos dos outros."
"Egoísta" também falam.
"Perdido nas coisas mundanas."
Eles falam demais. Pensam de menos. Não enxergam a si.
E nessa brincadeira de esconde-esconde, eu esqueço tudo que fica trancado no armário. E meus medos me dominam, como monstros pegajosos debaixo da cama.
Eu não quero ser esse tipo de cara.
Nem o forte.
Nem o sério.
Muito menos o conquistador.
Eu quero algo meu, quero ser algo, diferente de antes.
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